Capítulo 10 - Marcas

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Observo Manu e Namjoon por uns segundos, tentando compreender a cena que presenciei a pouco e, principalmente, me controlando para não puxar a orelha da minha querida amiga com fortes tendências a pedofilia que eu sequer imaginava e do garoto de cabelos arroxeados que, apesar de aparentar querer fugir, não tira a mãozinha da cintura dela.

Esses dois... Oh, céus, esses dois...

E quando eu penso que a situação não pode piorar, o que acontece? Isso mesmo, o universo me presenteia com três tapas na cara e me mostra que, sim, pode piorar. Pegar minha melhor amiga e meu aluno de dezenove anos aos amassos, quase transando sobre a mesa, é a prova disso.

Respiro fundo e olho de relance para Jackson ao meu lado, que parece não estar dando a mínima para o que acabamos de flagrar, o que me faz pensar se não estou sendo dramática demais. Certo, isso aqui é uma balada e é comum que as pessoas se peguem quando estão com vontade e que coincidências como esta aconteçam, afinal, Seoul não é tão grande e a maioria das baladas se concentram nesse bairro. Mas, porra, ele ainda é um garoto de dezenove anos e que, ainda por cima, é a droga do meu aluno.

— Manu, amada, vem aqui um minutinho?!

Falo em portunhol para que os outros não entendam e sorrio, chamando-a com o dedo. Minha amiga levanta, com aquele olhar de que sabe que vai ouvir reclamação, e se aproxima deixando um suspiro escapar, assim como o hálito de vodca.

— O que foi, minha flor?

— Sabe quem é esse que você estava se atracando até agora há pouco?

— Olha, sinceramente, eu não faço ideia. Tudo o que eu sei é que esse garoto tem uma língua mágica. — gargalha, brincando com a ponta do meu cabelo — E os dedos também.

— Ele é meu aluno, Manu. — sussurro entredentes e a vejo arregalar os olhos — Um garoto de dezenove anos, que nem entrou na maioridade direito, será que entende?!

— Sério que ele é seu aluno? — pergunta e eu assinto — Clara, o que vocês estão ensinando para essas crianças naquele colégio?! Porque, vou te dizer, o garoto é melhor do que muito marmanjo que já peguei por aí. Ele fez um...

— Ei! Não quero saber!

Ela solta uma gargalhada e agarra-me pelos ombros.

— Clara, relaxa. Ok?! Estamos aqui para nos divertir e é isso o que estamos fazendo, pelo menos, no caso do garotinho prodígio sexual ali e eu. E outra, eu tenho vinte e quatro anos, se por algum acaso você esqueceu, e ele quis também. Não é como se eu estivesse cometendo um crime. — revira os olhos.

— A maioria dos seus alunos têm essa idade, Manu, como você pode?

— Podendo, ué. — dá de ombros — Amiga, pare de bancar a responsável reclamona pelo menos aqui, pode ser?! Estamos em uma balada, tem uma delícia de homem tentando te dar prazer e o que mais quiser, e você está preocupada com o possível segundo round que vou ter com seu aluno?! Ah, Clara, por favor.

— Vocês...

— Língua e dedos mágicos. — sorri de canto — Sem contar...

— Está bem. — interrompo — Certo, você tem razão. O que o senhor novinho ali faz ou deixa de fazer fora da escola não é problema meu, até porquê, meio óbvio que esses pirralhos transam mais do que coelhos.

— O que você também deveria aproveitar para fazer.

— Manu!

— Estou dando a dica. — pisca — Jackson é um pedaço de mau caminho e te deseja, então, não perca essa oportunidade. Vocês são desimpedidos e...

IrresistívelWhere stories live. Discover now