Sunflower, Vol.6 - HS

17 - you're a wizard, harry.

"Então você era obcecada por Harry Potter durante a infância?" Harry me pergunta, enquanto sentamos na mesa do restaurante temático que é meu preferido na cidade toda.

"Ainda sou."

"É por isso que tem um crush em mim?" Harry pergunta. "É por que meu nome é Harry que você caiu nos meus feitiços?"

Eu gargalho, negando. Ah, meu filho, se você soubesse como é lindo, nunca acharia que alguém gosta de você por seu nome. Mesmo sendo um nome bem legal. "Não é por isso."

"Então tem mesmo uma queda por mim?" Ele está com um sorriso largo.

"Você é tão irritante." Resmungo, sorrindo no final. "Você gosta de Harry Potter?"

"Gosto. Emma Watson é linda. Minha irmã tinha um pôster com os três principais, eu beijava o rosto da Hermione toda vez que ia ao quarto de Gemma."

"Você é estranho." Como se eu não fizesse o mesmo com meu pôster do Justin Bieber...

"Cala a boca." Ele xinga, sorrindo, e pousa a mão na minha coxa, coberta com três calças. "O que vai pedir, Ray?"

"Vou pedir uma cerveja amanteigada, orelhas de elfo e carne de sereia." Respondo, e ele arqueia a sobrancelha, perdido. "Batatas e peixe frito."

"Ah." Ele sorri, sem graça. "Eu quero o mesmo. Essa cerveja é boa, afinal? Dizem que não."

"Eu gosto, a maioria das pessoas odeia." Respondo com sinceridade e Harry faz uma careta.

"Vou pedir lágrimas de unicórnio, então." Dá de ombros, olhando para o cardápio decorado em cima da mesa. "Vodka com corante."

Nós fazemos nosso pedido e eu ainda não me acostumei com a mão de Harry na minha coxa. A sensação é boa, boa até demais. Isso não deveria ser algo feito entre namorados?

Eu recebo uma mensagem de Hannah deixando os detalhes sobre a festa amanhã a noite. Ela reforça que devo levar "meu pãozinho".

Recebo outra mensagem, desta vez de minha avó, pedindo que mande fotos da "viagem" para ela. "Minha avó quer que eu envie uma foto à ela. Vamos tirar uma? Ela vai continuar pedindo se eu não mandar agora."

Harry afirma de prontidão, e isso me faz sorrir. Eu ergo um pouco meu corpo para ficarmos mais ou menos no mesmo tamanho, mesmo sentados, e Harry toca nossas cabeças. Ele coloca a mão por trás das minhas costas, por debaixo do meu casaco e de minhas blusas, e o contato de nossa pele me faz sorrir ainda mais, em um sorriso sincero. Eu tiro a foto e envio à minha avó.

"Somos muito atraentes." Ele fala quando analisamos a imagem que acabei de fotografar. Eu deito minha cabeça sobre seu peito, abaixando meu corpo sobre a poltrona da lanchonete. "Você é, ao menos."

Porra.

"Você também não é nada mal." Subo meu olhar a ele, beijando seu peito, coberto pela camiseta preta, que antes estava por baixo do casaco que ele tirou quando entramos no estabelecimento. "Harry."

"Ray." Ele coloca a mão na minha coxa de novo, e eu coloco a minha sobre a dele, brincando com seus anéis.

"Aonde é o seu lugar no mundo?" Volto a conversa sem foco que tivemos há um tempo atrás, no elevador do hotel. "Você tem um?"

"Tenho." Ele responde, virando a palma da mão para cima. "Mas não vou te contar."

"Por que não? Eu não vou roubar seu lugar!"

"Eu sei, Ray." Ele diz, o tom doce, mas firme. "Mas não vou te falar. Não agora."

"Por quê?"

"Quando você estiver cansada de mim." Ele fala, e eu não entendo. "Aí vou te dizer."

"E por que eu me cansaria de você?" Eu pergunto, sem levar muito a sério, levantando minha cabeça para vê-lo.

"Ainda quer saber?" Ele pergunta, meus olhos nos dele.

"Não."

•

"Eu não acredito que estou mesmo fazendo isso." Digo para o Harry, rindo como uma adolescente apaixonada de filme, enquanto ele segura minha mão no elevador do hotel. Bebemos um pouco, não o suficiente para não sabermos o que estamos fazendo, mas definitivamente mais corajosos.

Nós chegamos ao andar da piscina coberta e eu sorrio quando vejo que está praticamente vazia. Andamos até uma cadeira vazia e Harry começa a tirar os sapatos e eu faço o mesmo, retirando meus casacos. Eu o olho quando só há minha camiseta e minha última calça para serem tiradas e ele já está de cueca. Nossa.

"Eu vou entrando, tudo bem?" Harry pergunta e eu subo meu olhar para seu rosto. Ele percebe e dá risada.

"Vai lá." Digo e Harry sai correndo e pula na piscina. Harry já me viu sem blusa, uma vez, na loja de discos, então dá na mesma. Eu me sinto um pouco mais insegura sobre mostrar minhas pernas, eu sempre tive estrias e o último cara que as viu disse que eu deveria tratar desse problema. Eu meio que odeio mostrar meu isso agora.

Tiro a calça e rapidamente pulo na piscina, para reduzir o tempo que Harry pode ver meu corpo. "Ei."

"Nem me deixou te admirar direito..." Resmunga, colocando parte do meu cabelo atrás do meu pescoço. Eu sei que secretamente Harry fez isso para olhar se seus chupões continuam ali, e sim, permanecem firmes e fortes, e parece que não vão sair tão cedo.

"Não sou modelo para você me admirar." Respondo, utilizando da minha ignorância para evitar dizer algo que mostre que estou gostando um pouco dele.

"Ainda sim, não consigo parar de olhar para você." Ele fala, beijando meus lábios. "Não gosta da sua aparência?"

"Por que está falando isso?"

"Acho que você veio tão rápido para que eu não pudesse te ver." Ele fala e eu entrego que acertou na mosca.

"É, eu não gosto muito das minhas pernas e da minha bunda." Admito.

"Eu gosto." Diz simplesmente. "E o que quer que ache feio sobre si mesma e pense que precisa esconder, não esconda. Não de mim! Está falando com um cara com quatro mamilos."

"Não teve graça." Ele começou bem, mas que história é essa de quarto mamilos?

"Os normais." Ele coloca a mão sobre os mamilos, e depois sobre duas manchinhas. "E esses abaixo."

"Não são mamilos." Falo, desacreditada. Harry pega na minha cintura, me trazendo para mais perto, a expressão mostra que está falando sério. "Eu não sabia que isso podia acontecer."

"Acontece. Sem os mamilos extras e meu cabelo fantástico, eu não sou nada." Ele brinca e eu gargalho, afirmando, minhas mãos em sua nuca.

"Você é tão fofo." Admito, por fim.

"Sou nada." Ele balança a cabeça.

"Estou dizendo que é, aceite porque não vou repetir." Digo um pouco grossa e ele sorri, segurando meu rosto com a mão, pegando minha perna por debaixo da água com a outra e colocando a minha perna ao redor de sua cintura. "Obrigada."

"Pelo que?" Ele parece genuinamente confuso.

Por me fazer sentir bonita. O tempo todo.

"Por... Você sabe." Sorrio, gentilmente, e ele nega com a cabeça.

"Eu mal consigo parar de te olhar, Ray. Eu quero que se veja da forma que eu te enxergo." Ele fala, beijando minha boca lentamente. "Linda."