Anjo

♡02

Christian

Eu estava cansado das cobranças do meu pai para casar com Elena, eu só estive com ela por algumas vezes, nada demais. Era apenas minha acompanhante nos eventos e nada mais. Ela sabia disso.
Mas meu pai via algo a mais nisso, coisa que minha mãe, minha irmã e meu irmão não viam já que não suportavam Elena e a família dela, ela era de uma família muito rica e isso para meu pai bastava, mas para mim tanto fez, tanto faz. Estávamos todos em um jantar em família numa sexta feira a noite, mas meu pai resolveu estragar tudo me cobrando um compromisso com Elena, segundo ele, seria algo bom para mim e minha empresa, mas o que ele não sabia era que eu não precisava de um casamento com Elena e muito menos a minha empresa precisava de benefícios ou dinheiro imundo da família Lincoln, Sem cabeça para discutir com meu pai, me despedi da minha mãe e dos meus irmãos e apenas sai. Vi a irritação no olhar da minha mãe quando olhou para meu pai, mas não me preocupei muito com isso. Sai dali já tarde da noite, dei uma passada na minha empresa, precisava dar uma olhada num documento importante que esqueci, fiquei lá tão focado que quando me dei conta eram uma da madrugada e lá fora estava com cara de que cairia a qualquer momento uma chuva daquelas, sai encontrei Taylor, ele abriu a porta do carro e logo saímos dali Em silêncio, fui olhando para fora do carro, sempre tive essa mania de olhar para as paisagens e para cidade. Seattle era linda. Algo me chamou atenção, Em frente à igreja que sempre vinha com a minha mãe quando criança, vejo uma cena que me faz parar.
Peço para Taylor parar. Ele me olha preocupado e parar descendo para abrir minha porta, mas eu não espero e desço. Caminho até a menina que está pálida e com alguns machucados no rosto e está segurando algo no colo, me surpreendo quando vejo uma bebê, ela abre os olhinhos sonolentos e sorrir. Meu coração se aquece ao ver aquele olhar da cor do mar e seu sorriso encantado. Olho para a moça e toco seu ombro para acorda-la, ela me olha assustada e segura a menina que agora sei que não é irmã, mas filha dela.

Digo que quero ajudá-la e ela me olha desconfiada e começa a chorar com medo. Depois de muito eu dizer que apenas quero ajudá-la, ela se acalma. Me passa a filha dela e tenta levantar mas ela está muito machucada, não sei quem fez isso com essa menina, me sinto indignado com isso.
Ela grita de dor quando ajudo, o meu desespero e maior quando já no carro ela desmaia nos meus braços. Peço para Taylor ir urgente para o hospital, olho para a bebê que está olhando curiosa para mim, ela está quentinha agora. Seguimos para o hospital que é da minha mãe, um sonho que ela sempre teve e aos poucos ela conseguiu. Assim que chegamos ao hospital e vejo três enfermeiros a espera com duas macas. Saio com a criança e Taylor carrega a garota desacordada.

- A bebê está com muita febre e a moça está muito machucada. - Digo enquanto deito a bebê na maca e Taylor faz o mesmo com a moça no outro.

- Nós vamos cuidar delas. Obrigado senhor.-Diz um dos enfermeiros e entra com as meninas . Solto um suspiro. Uma das enfermeiras pergunta se vou ficar para saber de notícias das meninas e digo que sim, ela me encaminha até a sala de espera. Taylor se posiciona perto da porta e me espera ali. Fico pensando na menina, ela pareceu tão nova para já ser mãe, e porque ela estava na rua a essa hora tão machucada assim ? Nunca senti essa necessidade de ajudar alguém como senti para ajudar a mocinha.

Nunca fui tão bom assim com as pessoas depois da minha perda, depois que minhas doces garotas se foram em um acidente cruel. Fiquei tão revoltado com aquele bêbado imprestável que tirou a vida da minha esposa e da minha filha que não teve chance de nascer. Senti que precisava ajudar aquela menina e eu faria isso, posso está ficando louco, mas senti algo no coração ao olhar para aqueles pares de olhos azuis mas incríveis que já vi, algo aqueceu dentro de mim. Isso era errado mas no momento eu não estava me importando, eu só queria que elas ficassem bem e faria de tudo para cuidar delas.