oieeeee espero que o final de semana tenha sido bom! voltei!
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Findou que elas conversaram o dia todo. Sobre infância, a vida, relacionamentos passados, interesses, filmes, séries, os beijos na boca que deram, os que iam dar, até que Eva teve que se arrumar pra atoxar.
— Iara, eu tenho que desligar.
E elas já estavam no telefone uma com a outra.
— Poxa...
— Não faz assim.
— Eu ia reclamar mas nem posso, meu celular tá pegando fogo aqui na orelha. E vai descarregar. — Eva riu.
— Eu tenho que me arrumar, vou no show de atoxa.
— Ah, uma amiga até me falou mas eu nem tô com o dinheiro pra ir então vou ficar por aqui hoje.
— Foi Didinha? — perguntou, não aguentando saber que as duas se conheciam sem falar sobre isso.
— Você conhece Didinha? Meu Deus, já ficou com ela, né?
— Não, Iara. Quer dizer, um pouco.
— Como se fica "só um pouco" com alguém?
— Ela tentou ficar comigo saindo de um beijo triplo que a gente deu, mas só durou um segundo. Depois eu me arrependi de não ter ficado de verdade, mas não tem problema, a gente se aproximou legal. Ela é muito massa.
— Se arrependeu, né?
— Só um pouquinho. Você já ficou com ela, é claro, não?
— Por incrível que pareça, não. Eu tentei algumas vezes, mas ela me vê como uma criança pequena. — deu de ombros. — Fica difícil, enquanto ela vive cercada de mulherão, me beijar se eu sou uma pirralha. — Eva gargalhou. — Então eu só desisti, mesmo. E tudo bem, ela é uma das minhas melhores pessoas na vida, não penso mais nisso.
— Ela beija bem...
— Eva!
— Só pra te deixar o gostinho de quero mais.
— Não tenho mais vontade, hoje. O gostinho de quero mais foi você que deixou, quando foi pra casa naquele dia.
— Ô Iara... não fala assim que dá vontade de ir te ver.
— Eu iria te ver. Mas você vai atoxar, então deixa pra outro dia. Além disso, eu tenho que ir tapear mainha, ir lá no salão.
— Ok, vou tomar banho.
— Avisa quando chegar em casa, depois do show.
— Claro, quero saber se você vai apanhar ou não daqui pra madrugada.
— Espero que não. Cuidado com o copo, com o celular, o dinheiro e os homens. — Eva riu. — Nada de ir no banheiro sozinha, e sem sair de lá sozinha também, por favor...
— Nesse caso eu posso ir, então?
— Só tava te dando umas dicas de...
— Eu sei, tava brincando. E prometo seguir suas dicas, sempre faço tudo isso.
— Ai que bom. Bom show, minha flor do reggae. Mete dança.
— Deixe comigo. Beijo, neguinha.
— Beijo...
Iara desligou o telefone e botou pra carregar, ignorando todas as outras mensagens que estavam lá e foi direto pro salão da mãe depois de beber uma água. A vontade que tinha era de tocar e cantar todas as músicas românticas que conhecia, contar pras pessoas o que estava sentindo e sorrir pra todo mundo. A última coisa ela fez, já que era parte da rotina.
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Difudê
RomanceSalvador, Bahia, terra oficial do sagrado, do profano e da farofa com dendê; é um grande palco pros sonhos de Iara, que vê uma oportunidade de fazer arte a cada canto. Quando, numa situação inusitada, conhece a jovem Eva, as duas descobrem um sentim...