Grandona, sem medo de nada!

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Eva subiu as escadas num pique da porra e chegou no segundo andar com as coxas doendo, mas não se atentou à sensação. E Emily a esperava com a porta aberta, BaianaSystem tocando baixinho do lado de dentro. A casa dela sempre tinha som, pelo que Eva lembrava. E era muito confortável.

— Oi Evinha de Iara!

— Oi Emi. — abraçou a amiga. — Cadê Nandinha? — perguntou no automático, entrando e sentando no sofá, mas, imersa nos próprios pensamentos, não deu muita atenção para a resposta.

— Resolveu lembrar que tinha casa hoje, infelizmente. Tava amando "morar" com ela... namoro sério é bom demais.

— Que bom... ela já se mudou pra cá?

— Oxe, eu acabei de dizer que ela foi... você ouviu o que eu falei?

— Hã?

— É, nem ouviu, a lerdeza tá passando de uma pra outra já, ficou igual à Iara. Qual foi, Evinha?

— Viajei... o que foi da Nandinha? Ela tá aí?

— Não vei, tá na casa dela. Amanhã a gente volta ao normal, né? Tinha que voltar pras coisas dela, ver lá o pessoal dela.

— Ah, bom.

— E você? Vai ficar comigo hoje?

— Lá ele, oxe. — Eva riu, Emily deu um empurrão em seu ombro de leve.

— Aqui em casa, porra. Você sonha!

— Fico, claro, se me emprestar uma roupa.

— Claro que empresto, Eva. Mas e aí, o que rolou?

— Ah, uns problemas lá em casa.

— Na verdade, eu perguntei o que rolou hoje, porque você parece ótima. Tirando essas marcas aí, a noite foi selvagem né? — ela riu.

— Eu tava com Iara...

— Claro que tava, tá toda abestalhada. — e a ficha caiu. — Peraí...

— Que foi?

— Iara não é nem um pouco bruta. Você brigou com quem, pra se machucar assim?

— Ninguém. — Emily entendeu na mesma hora que tipo de problemas em casa ela estava tendo.

Nessas horas, mesmo que se sentisse um pouco ruim, agradecia por não ter mais pai. Ele fez sua infância dela um inferno, sem falar na vida de sua mãe. Trabalhava direito, não era nem um pai ruim, mas não era uma pessoa tão boa assim. E nem se cuidava bem, tinha vários vícios, por isso até que não vivia mais. O coração havia desistido dele.

— Ah, entendi. — eram amigas de já compartilharem traumas, pelos anos juntas.

— É...

— Mas isso aqui eu sei que foi ela. — apontou a marca no pescoço de Eva.

— Vei, a gente nem percebeu que aconteceu isso, foi sem querer.

— Sem querer uma porra. Iara é muito sonsa, vei, não guento. — Eva gargalhou.

— Ela se faz de boba às vezes. Mas isso foi sem querer mesmo, a gente tava no... — olhou pra Emily, de braços cruzados e com a sobrancelha arqueada pra ela. — Hmm, quer saber? Melhor não entrar nesses detalhes.

— Eu já sei que vocês ficam se pegando por todos os cantos, não precisa fingir.

— Disse a menina que eu peguei no flagra levando dedada no carnaval.

— Meu Deus! — gargalharam. — Não posso nem negar. Pelo menos pra mim, agora a gente namora, né? Na época era descaração.

— Então pronto, nem venha falar de mim.

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⏰ Last updated: Nov 16, 2022 ⏰

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DifudêWhere stories live. Discover now