Na manhã seguinte quem despertou primeiro foi Seokjin. Devagar, como lhe era habitual, foi acordando pouco a pouco até espantar a sonolência de vez e se sentir dono de si. Foi quando se deu conta de que tinha acordado na mesma posição em que ferrara no sono, parcialmente descoberto, o que tinha deixado seu corpo muito gelado. Ainda de olhos fechados tateou em busca do cobertor, o puxando para cima até que ficasse encoberto, e esperou que sua pele estivesse aquecida outra vez.
Foi aí, em meio à sensação gostosa de estar quentinho que abriu os olhos, esticando as pernas e um dos braços para se espreguiçar. Fez isso com apenas um braço, porque o outro estava imobilizado e um pouco dormente, constatou após tentar o movimentar. Fez uma nova tentativa e sem conseguir se mexer, finalmente olhou para o braço a fim de entender o que estava acontecendo, e o que viu foi inusitado: Namjoon estava deitado sobre seu braço, de lado, agarrado a ele. Era como se o usasse, ao mesmo tempo, de ursinho de pelúcia e travesseiro.
Sua primeira reação foi de sorrir. Muito embora estivesse dormente e pudesse perceber que seu cliente tinha babado nele, era engraçado ver alguém naquela situação. Contudo, conforme se passaram os segundos, Seokjin começou a sentir uma imensa vontade de atender os chamados de natureza, de forma que precisaria sair dali para colocar seu sangue para circular e sua bexiga para trabalhar. Fez o que deu para se libertar do aperto, mas ele estava forte demais para que fosse possível se desvencilhar. Só lhe restava acordar Namjoon.
— Ei, Namjoon... — chamou baixo. Nenhum sinal. — Namjoon... — Aumentou um pouco a voz, ainda sem sucesso. — Ei, Namjoon... — chamou mais alto.
— Hum...
— Cê tem que me soltar.
— Uh-hum.
Os dois se calaram; Seokjin esperando ser libertado, e Namjoon se agarrando ainda mais ao braço do mais jovem, enterrando o rosto na altura da axila.
— Ah, não... — Seokjin murmurou baixinho quando percebeu que o outro apenas se arrumou melhor. — É sério, Namjoon... Acorda...
— Eu tô acordado — falou de um jeito arrastado.
— Então me solta, eu quero mijar.
— Certo.
— Se você não me soltar eu vou mijar na cama.
— Por mim tudo bem.
— Mas por mim não! Anda, me solta...
Meio acordado, meio sonolento, Namjoon atendeu o pedido, e Seokjin saiu da cama com rapidez em direção ao banheiro que ficava do lado de fora do quarto. Durante o percurso ia mexendo o braço para fazer a dormência passar, comemorando em sua mente o fato de que era o esquerdo e não o direito que estava naquela situação. Urinar de manhã com a ereção que se formava pela noite já não era fácil, pior ainda seria se tivesse que praticar mira com a mão adormecida.
De regresso ao quarto, se deparou com Namjoon já sentado na cama, mexendo num tablet. Usava óculos, e parecia muito compenetrado no que estava vendo.
— Não sabia que cê usava óculos. — Caminhou até o outro lado da cama, se sentando ao lado do maior.
— São para leitura. Nem sempre uso, mas deveria — respondeu sem tirar os olhos da tela. — Por que foi no banheiro de fora? O do quarto fica ali no canto, perto da parede de vidro.
— Eu nem sei, eu só fui indo.
— Podia ter usado o banheiro da suíte. — Leu algumas coisas antes de pôr o tablet e os óculos na mesinha da cama. — Bom dia. — Virou-se, sorrindo. — Dormiu bem?
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For Sale
FanfictionSeokjin faz das noites de Seul seu refúgio, e do próprio corpo seu sustento. Numa dessas noites ele conhece Namjoon, alguém que precisa vencer sempre como forma de se provar e sobreviver. Talvez, o encontro seja o ponto inicial de algo que nenhum do...