No momento em que Seokjin entrou no saguão do hotel ao lado de Namjoon, sua vontade foi de sair correndo para bem longe dali. O ambiente era tão luxuoso, tão claro e espaçoso que chegava a ser opressor. Somado a isso teve os olhares que passou a receber no instante exato em que seus pés tocaram o tapete da entrada, que o fizeram perceber de imediato que ele não pertencia àquele lugar. Sem exagero, tudo ali tinha o assustado. Porém, mesmo assustado com o clima, Seokjin procurava fingir normalidade. Não queria ter que admitir que ainda era capaz de ter medo de algo; nas ruas, quem demonstrava medo se tornava mais vulnerável, e Seokjin aprendeu na prática como isso acontecia.
— Você está bem? — Namjoon perguntou quando estavam no caixa eletrônico.
— Tô sim! — Respondeu da maneira mais autoconfiante que conseguiu.
— Olha... — Puxou o dinheiro que saiu da máquina, contando as cédulas. — Não saiu tudo o que deveria, talvez pelo horário, mas eu... — Pegou a carteira outra vez, puxando de lá as notas de won que tinha, e duas notas de outra moeda. — Se você somar isso dá até um pouco a mais do que me pediu. — Estendeu tudo ao jovem, que tomou o dinheiro na mão.
— Ah, é? — Seokjin contou os wons e ficou olhando para as outras cédulas. — Que dinheiro é esse aqui?
— Libra. Libra esterlina.
— E de onde é isso?
— Reino Unido.
— Tipo Inglaterra?
— Sim. — Namjoon sorriu. — A Inglaterra faz parte.
— Por que cê tem dinheiro da Inglaterra na carteira?
— Porque eu moro lá.
— Ah... — Deu uma nova olhada para Namjoon. — Por isso cê não sabe andar aqui e dirige tão devagar. Todo mundo é educadinho lá, né?
Namjoon não conseguiu segurar o riso, e sua risada alta — tão incomum para ele — atraiu a atenção de todos os presentes. Seokjin, mais uma vez, sentiu o peso daquela ostensividade em seus ombros, o que lhe deixou um tanto ressabiado.
— Eu não disse nada engraçado.
— Não mesmo, me perdoe, por favor. — Namjoon controlou o riso. — Podemos ficar acertados assim?
— Quanto vale cada nota dessa? — Namjoon disse o valor exato, e Seokjin fez um cálculo mental, arredondando para cima porque não era tão bom de matemática assim. — Mesmo? E como eu vou saber se elas são de verdade?
— Não confia mais em mim?
— Cê disse que eu não devia confiar tanto nas pessoas.
— Disse e repito. Você aprende rápido. Nós podemos trocar na recepção, se achar mais seguro. Eles fariam a troca para mim.
— Não, não precisa. Eu confio em você, mesmo que me diga que eu não devia.
Seokjin guardou as notas num dos bolsos de dentro da jaqueta e então sorriu para Namjoon. Surpreendeu-se quando o cliente lhe pegou pela mão e foi andando com ele para o balcão da entrada, onde um funcionário muito bem vestido fazia seu turno.
— Boa noite. Eu gostaria de fazer um novo registro para meu quarto, por favor.
— Pois não, senhor. Qual seu nome e de quem se trata?
— Kim Namjoon, suíte presidencial. O novo hóspede se chama Kim Seokjin, e ele vai ficar por uma noite.
— Hum... — O sujeito olhou para Seokjin atentamente, como se o estivesse avaliando. — Documento, por favor?
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For Sale
FanfictionSeokjin faz das noites de Seul seu refúgio, e do próprio corpo seu sustento. Numa dessas noites ele conhece Namjoon, alguém que precisa vencer sempre como forma de se provar e sobreviver. Talvez, o encontro seja o ponto inicial de algo que nenhum do...