3. Settling down

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No momento em que Seokjin entrou no saguão do hotel ao lado de Namjoon, sua vontade foi de sair correndo para bem longe dali. O ambiente era tão luxuoso, tão claro e espaçoso que chegava a ser opressor. Somado a isso teve os olhares que passou a receber no instante exato em que seus pés tocaram o tapete da entrada, que o fizeram perceber de imediato que ele não pertencia àquele lugar. Sem exagero, tudo ali tinha o assustado. Porém, mesmo assustado com o clima, Seokjin procurava fingir normalidade. Não queria ter que admitir que ainda era capaz de ter medo de algo; nas ruas, quem demonstrava medo se tornava mais vulnerável, e Seokjin aprendeu na prática como isso acontecia.

— Você está bem? — Namjoon perguntou quando estavam no caixa eletrônico.

— Tô sim! — Respondeu da maneira mais autoconfiante que conseguiu.

— Olha... — Puxou o dinheiro que saiu da máquina, contando as cédulas. — Não saiu tudo o que deveria, talvez pelo horário, mas eu... — Pegou a carteira outra vez, puxando de lá as notas de won que tinha, e duas notas de outra moeda. — Se você somar isso dá até um pouco a mais do que me pediu. — Estendeu tudo ao jovem, que tomou o dinheiro na mão.

— Ah, é? — Seokjin contou os wons e ficou olhando para as outras cédulas. — Que dinheiro é esse aqui?

— Libra. Libra esterlina.

— E de onde é isso?

— Reino Unido.

— Tipo Inglaterra?

— Sim. — Namjoon sorriu. — A Inglaterra faz parte.

— Por que cê tem dinheiro da Inglaterra na carteira?

— Porque eu moro lá.

— Ah... — Deu uma nova olhada para Namjoon. — Por isso cê não sabe andar aqui e dirige tão devagar. Todo mundo é educadinho lá, né?

Namjoon não conseguiu segurar o riso, e sua risada alta — tão incomum para ele — atraiu a atenção de todos os presentes. Seokjin, mais uma vez, sentiu o peso daquela ostensividade em seus ombros, o que lhe deixou um tanto ressabiado.

— Eu não disse nada engraçado.

— Não mesmo, me perdoe, por favor. — Namjoon controlou o riso. — Podemos ficar acertados assim?

— Quanto vale cada nota dessa? — Namjoon disse o valor exato, e Seokjin fez um cálculo mental, arredondando para cima porque não era tão bom de matemática assim. — Mesmo? E como eu vou saber se elas são de verdade?

— Não confia mais em mim?

— Cê disse que eu não devia confiar tanto nas pessoas.

— Disse e repito. Você aprende rápido. Nós podemos trocar na recepção, se achar mais seguro. Eles fariam a troca para mim.

— Não, não precisa. Eu confio em você, mesmo que me diga que eu não devia.

Seokjin guardou as notas num dos bolsos de dentro da jaqueta e então sorriu para Namjoon. Surpreendeu-se quando o cliente lhe pegou pela mão e foi andando com ele para o balcão da entrada, onde um funcionário muito bem vestido fazia seu turno.

— Boa noite. Eu gostaria de fazer um novo registro para meu quarto, por favor.

— Pois não, senhor. Qual seu nome e de quem se trata?

— Kim Namjoon, suíte presidencial. O novo hóspede se chama Kim Seokjin, e ele vai ficar por uma noite.

— Hum... — O sujeito olhou para Seokjin atentamente, como se o estivesse avaliando. — Documento, por favor?

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