2. Wanna give it a go?

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Namjoon amava o que fazia. Desmembrar empresas e transformá-las em pequenos empreendimentos que lhe renderiam o dobro dos valores investidos, no mínimo, era excelente. Adorava a emoção da conquista, e o quanto podia ganhar financeiramente por conta disso, até mesmo as reuniões cansativas tinham sua estima. Mas odiava, com todas as letras, participar de festividades por conta de seu trabalho. Era sempre de bom tom que empresários participassem de eventos e festas particulares, fazia parte do jogo e ninguém questionava. Ainda assim, Namjoon gostaria que não fosse necessário se prestar a esse papel.

Gostava de festas e badalações, era fato. Talvez não tanto quanto se poderia esperar de um homem jovem e bonito como ele, ainda solteiro e pelo qual era fácil de se apaixonar, segundo as pessoas ao seu redor, porém, ainda assim, gostava de algum agito. Contudo, eram "agitos" específicos, e não daquele tipo em que os sorrisos eram forçados e os elogios, uma obrigação. Não havia comida boa nem música ou exposição de arte interessantes o suficiente para fazerem Namjoon gostar daquela parte enfadonha de seu trabalho.

O melhor momento da festa foi, sem dúvida, arrumar uma desculpa para sair dali. Poderia ter ido embora a qualquer tempo sem a necessidade de criar nenhuma situação, mas não era esse tipo de pessoa. Namjoon era muito bem educado, a despeito do que poderiam achar dele, e um sujeito bastante atrelado às regras. Tinha apreço pelo respeito e odiava a ideia de não causar boa impressão. Por isso, somente quando um conhecido precisou de carona para ir a determinado local foi que Namjoon criou a sua oportunidade de fuga, se oferecendo rapidamente para ser o condutor do sujeito. O problema foi que no meio do caminho, depois de deixar o conhecido onde ele queria ir, ficou sem bateria no celular e sem saber ao certo onde estava, totalmente perdido em algum ponto de Seul. Para completar, o carro que alugou ainda lhe fez o favor de parar de funcionar, lhe deixando atordoado e sozinho em meio ao nada.

Sua sorte foi ter encontrado aquele rapaz que não só entendia de carros, como também era prestativo o bastante para, de um jeito bem estranho, o estar ajudando a chegar no hotel no qual havia se hospedado. Era certo que o garoto não tinha tanta noção de espaço e localização, sempre se referindo à esquerda e à direita com frases do tipo "pra esse lado" ou "prali". Mesmo assim, conseguia ser um guia eficaz, além de um tanto engraçado, o que o fazia se esquecer do perrengue que tinha sido participar daquela festa chata.

Exceto quando eles terminavam por ir por algum caminho errado porque Namjoon entendeu o "agora vai por ali" de um jeito contrário e ia por um rumo oposto ao que lhe fora ordenado. Mas era homem o suficiente para entender que o erro estava nele, e não no jovem bonito e de tom de voz alta que o auxiliava do banco do carona.

— Você foi pro lado errado de novo! — Seokjin exclamou rindo, meio por achar graça de verdade, meio de nervoso. — Toda hora você faz isso!

— Perdão, mas algumas vezes eu confundo a direção que você me dá. — Riu, totalmente por achar graça da situação. — Vamos combinar que não há muita diferença entre "pega aqui" e "agora vai pra lá".

— É só olhar pra minha mão, eu mostro com a mão, ó! — Pôs a mão diante do rosto de Namjoon, apontando para a direita. — Faz o retorno por ali pra gente sair dessa rua.

— Eu não posso ficar sempre olhando para sua mão. — Namjoon ainda sorria, curiosamente relaxado ao lado daquele estranho. — Se eu ficar olhando, posso perder a direção do carro.

— Não sabe olhar pras coisas e dirigir ao mesmo tempo? — Perguntou sem grosseria, apenas querendo entender.

— Sei, mas não prefiro. Agora eu pego à direita, certo?

— É, por aqui.

— Você realmente não consegue fazer diferença entre direita e esquerda? — Questionou ao iniciar a curva, também sem ser grosso, apenas demonstrando curiosidade.

For SaleWhere stories live. Discover now