23. Slow dance

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Olha quem chegou! Ela, a mais pedida! =D

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Era bem complicado para Seokjin se habituar ao clima dos locais chiques e caros que, para Namjoon, eram um lugar-comum. Eram muito bonitos, confortáveis, tudo dentro deles facilitava a vida dos que os frequentavam, mas eram sufocantes demais para gente como Seokjin. Faziam com que ele se lembrasse de onde vinha, e que os que normalmente ocupavam tais espaços não o queriam por lá. Era uma percepção constante, porém se tornou mais forte depois de ter sido detido por motivo nenhum, apenas por ser quem era. Desde então, o desconforto de ao menos passar em frente a um local desse naipe vinha junto com o medo. Não dos olhares julgadores, com isso podia lidar, não era nada fora de sua rotina Tinha receio de passar de novo pelo constrangimento que viveu na camisaria. Isso tinha um peso grande para ele.

Prostituição podia ser ilegal em seu país, mas era um homem honesto. Não prejudicava ninguém quando trabalhava, não tirava nada que não fosse seu por direito de nenhuma pessoa. Sentia, desde aquele dia, que a qualquer momento alguém tentaria o prender de novo se pisasse em locais como aquele hotel que tinha escolhido sem querer. Por isso, quando Namjoon entregou a chave do carro para o manobrista, quase correu de volta para o veículo e disse que tinha mudado de ideia, que voltar para Seul era a melhor opção, que até ficaria ao volante se Namjoon não quisesse mais dirigir. Mas a mão de Namjoon em suas costas, indo desde o ombro até sua cintura, o manteve no lugar. E foi a mesma mão saindo de sua cintura e indo segurar a sua que o fez caminhar porta adentro, como se não estivesse se sentindo acuado. Estando com Namjoon, podia confiar que coisas ruins não lhe aconteceriam. E, no fim, havia um motivo muito maior para que se mantivesse firme em sua decisão: Namjoon ficava muito contente quando achava que o estava agradando. Deixar Namjoon alegre era tão gratificante que valia a pena o transtorno.

— Eu espero que esteja com bastante fome. — Namjoon falou enquanto andavam um ao lado do outro pelo saguão do hotel.

— Por quê?

— Porque eu pretendo pedir dois pratos principais, pelo menos, para você treinar um pouco mais o que aprendeu.

— Ah, tá. — Fungou, dando uma olhada para os lados, só por precaução. — Entendi.

— O que há? — Notou o jeito de Seokjin assim que atingiram o balcão de atendimento. — Não está com fome?

— Até que tô.

— Então?

— Não é nada, não.

— Nada? — Olhava-o com atenção, tentando captar o que se passava em sua mente.

— Nada, não. — Esforçou-se para sorrir. — A gente vai jantar no restaurante daqui?

— Pode ser. Ou podemos comer no quarto. Você escolhe.

Seokjin ia responder, mas o atendente do hotel os interpelou, e Namjoon se virou para ele. Enquanto Namjoon tentava reservar a suíte mais alta do lugar, Seokjin buscava se manter calmo e confiante. Não precisava ficar tão alarmado. Não estava só. Ninguém teria coragem de lhe fazer mal estando com Namjoon, um homem rico, elegante, bem-educado. Podia relaxar. Repetiu isso tantas vezes em sua mente que, quando Namjoon lhe disse que já podiam subir, estava muito tranquilo. Ainda achava que não pertencia a um hotel como aquele, porém, não tinha mais a preocupação de tomar cuidado. A sensação ficou ainda mais forte ao ter a mão tomada pela de Namjoon mais uma vez.

— Por muito pouco não conseguimos a suíte do último andar, mas conseguimos a que fica no antepenúltimo, que é quase tão boa quanto. — Ia dizendo ao conduzir o mais jovem para os elevadores.

For SaleWhere stories live. Discover now