20. Pillow talk

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Seokjin estava flutuando numa nuvem. Era macio, quente e aconchegante, e não queria sair dali. Barulhos que vinham de fora da nuvem, porém, foram o tirando do conforto do qual não queria abrir mão tão fácil assim. Não teve como lutar contra, infelizmente, e aos poucos foi despertando para a realidade. Tentou não acordar. Não queria despertar naquele instante, sentia que mal tinha ido dormir, mas não houve como impedir. De início, não mexeu um só músculo. Preferiu ficar quietinho, sem sair da posição em que estava, bem debaixo das cobertas. Ficou escutando os sons que o fizeram acordar, até que a curiosidade o fizesse baixar o cobertor e dar uma olhada no que Namjoon estava fazendo. Viu-o completamente vestido, dobrando suas roupas e as colocando na beirada da cama. Sorriu. Era impossível não achar Namjoon a pessoa mais fofa do universo, tendo ele aquele cuidado todo.

— Ei... — chamou baixinho, duvidando que seria ouvido.

— Ei. — Namjoon respondeu de imediato, se virando para o mais novo enquanto dobrava a sua camiseta. — Acordei você?

— Acordou.

— Sinto muito. — Pôs a roupa sobre o pequeno monte, pegando as meias e as colocando dobradas ali também. — Tentei não fazer barulho.

— Tá de boa. — Seguia somente com a cabeça para fora da coberta. — Que horas são?

— Quase sete.

— Credo, que cedo! — Bocejou, como por reflexo. — Você chegou a dormir? Quando eu dormi cê ainda tava acordado.

— Não. Cochilei rápido, mas não dormi.

— Deita aqui comigo pra dormir, então.

— Não posso. Reunião de trabalho.

— Hum... Por isso cê já tá aí todo vestido, né? — Bocejou de novo, recebendo um sinal afirmativo de Namjoon. — A reunião é agora?

— Não. Daqui a mais ou menos uma hora.

— Ah... Se é daqui a uma hora, por que cê vai agora?

— Para não correr o risco de atrasar de novo. Odeio atrasar. É falta de respeito.

— Mas vai atrasar se ficar mais um pouquinho comigo?

— Talvez sim, talvez não. Melhor não correr o risco. Por quê? Queria que eu ficasse mais um pouco? — Questionou ao terminar de arrumar as roupas no montinho.

— Queria, ué. Não é isso que eu tô pedindo?

— Que curioso.

— Curioso por quê? — Seokjin não deu espaço para uma resposta. — Não dá tempo de a gente fazer ao menos uma coisinha só?

— Que tipo de coisinha?

— Que tipo cê acha?

— Ah... — Sorriu, um pouco tímido com a constatação. — Eu adoraria, mas não posso.

— Nem uma chupadinha?

— Não.

— Nadinha?

— Nadinha.

— De que adianta ser rico se você tem que acordar cedo pra trabalhar igual qualquer fodido por aí?

— É para poder ficar mais rico ainda, até chegar ao ponto de não precisar mais trabalhar. — Aproximou-se de Seokjin e se sentou na cama, ao seu lado.

— Esse dia chega?

— Se eu fizer o que preciso fazer agora e continuar tendo sorte, pode ser que sim.

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