Capítulo 100 - Carta da Mila

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Querido Thomas...

É. Eu sei.

Teatral demais por fazer isso?

Totalmente.

Extremamente clichê começar com 'querido'?

Sim. Absolutamente.

Você deve estar se perguntando agora, tipo, por que isso?

Por que uma carta?

Não podia ter me dito na cara, tinha que fazer esse drama?

Bem, eu pensei em dizer tudo isso olhando em seus olhos, mas não queria borrar minha visão ao chorar, e perder seu sorriso uma última vez.

E vou começar por aí.

Deus... que sorriso. Que maldito sorriso você tem. Ele me faz sorrir junto, me arrepiar e desejar poder senti-lo em minha boca, e em meus lábios.

Não disse quais também, então...

A primeira coisa que me fez apaixonar por você foi esse sorriso.

Eu estou chorando agora, por que chegará um dia qual não verei mais seu sorriso.

Espero que as gotas não borrem demais a tinta pra você poder ler.

O que mais posso dizer aqui? Por onde eu começo exatamente a dizer quando comecei a te amar além do sorriso?

Eu não sei ao certo... só... sentir. E senti me apaixonar por você a cada sorriso. Cada olhar que trocava comigo.

A cada abraço.

A cada calor que me dava quando me segurava.

A cada beijo.

A cada cheiro que dava em seu pescoço.

A cada gesto que fazia para mim.

A cada detalhe que me fez me apaixonar por você.

A cada segurança e momento feliz que senti com você.

E eu não acho que isso seja um adeus. Eu ainda acredito que vamos nos encontrar de novo. Não nessa vida, talvez...

Talvez em outra. Um futuro. Uma realidade alternativa... Eu não sei.

Só quero me prender a ideia de que vou ter a oportunidade de me apaixonar por você mais uma vez.

É... eu gosto disso.

E cara. Depois daquela vez que vimos Harry Potter juntos na minha cama, meu estômago estava cheio de borboletas.

Mas meu coração derretido.

Minha alma quente, e completa.

Eu estava de boa por fora, mas por dentro estava 'OH MEU DEUS ELE ESTÁ SEGURANDO MINHA MÃO!'

Idiota. Sim. Bobo? Totalmente.

Mas, não trocaria essa sensação por nada. Nenhuma delas quais você me permite e faz sentir eu trocaria por nada.

E aquela dança. Aquela dança que compartilhamos em meu apartamento alugado, descalços no tapete velho e gasto, os fones de ouvido tocando Green Eyes só pra nós. Sentir seu coração batendo contra minha bochecha apoiada em seu peito...

Melhor noite da minha vida.

Bem, uma delas.

Vieram outras. Muitas mais. Muitas mais.

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