Capítulo 31

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No Outro Dia...



"Denis, mas que coisa é essa?" Eu digo, apontando para a escultura de gelo em suas mãos.

"É uma escultura" responde sorrindo largo.

"Eu sei o que é, Denis... Mas não vai colocar isso na festa"

"Mas é arte no gelo!" Protesta.

"Não, isso é uma escultura de um pênis de gelo. É uma pornografia de gelo." Argumento de forma calma e séria.

"Não vai ter crianças aqui, além do mais, a Ali deixou, dizendo que ia ser engraçado..." Protesta, ainda segurando a estátua.

Apenas reviro os olhos, passando a mão na cara.

Eu acordei depois do que queria, ainda tive que sair antes de todos acordarem, eu deixei Tom dormindo e fui praticamente (quase) voando até em casa, pra me arrumar e vir pro salão e arrumar tudo.

Queria ter ficado lá...

"Tá. Mas escolhe um lugar que não seja na mesa de comida, por favor" peço, tentando apelar pro lado sanitário dele.

"É só gelo, Mila..." Diz gentilmente.

"Eu sei, Denis, eu sei... É claro que é só gelo, eu não estou incomodada com a estatua de dois metros de tamanho, mas outras pessoas podem não gostar, entende? Mas é que nem todo mundo vai se sentir confortável ao ver isso quando forem pegar algo pra comer. E depois vão vir reclamar com a gente. É um leilão de arte pra caridade e em prol da faculdade."

"Eu sei, eu entendo seu lado. Talvez eles pensem que é apenas um cogumelo?" Ele sorri, me fazendo sorrir agora.

"É, talvez um cogumelo gigante, com duas pedras grandes na base." Digo me afastando, indo até os floristas que acabaram de chegar. "Só, coloque em um lugar que não tenha comida!"

São só 12:00 e isso ainda está um caos.

Ainda tenho que receber o buffet e indicar onde tudo vai, e me arrumar lá em casa, fazer maquiagem e cabelo...

Dia longo.

"Mila, aonde isso vai?!"

"NA FRENTE NA PORTA!" Grito de volta, já que não posso ir, por que estou tentando ajudar as meninas a pendurar os quadros delas, que chegaram de última hora, e os meus, colocando as etiquetas nos artistas e quadros certos.

Meu celular toca quando estou colocando um deles na parede, e seguro o aparelho com meu ombro, dizendo um 'alô' estranho pelo ângulo.

"Tá tudo bem?"

"Oh, oi" digo, ao perceber que é Tom. "Só estou com as mãos ocupadas, pendurando um quadro."

"Ah sim, não quis atrapalhar, só perguntar quando você acha melhor a gente ir..."

"Você e seus pais?" Franzo o cenho, enquanto me esquivo, vendo que está torto, indo arrumar rapidamente.

"Não, todos nós... Todo mundo vai, até os outros" explica e parece estar sorrindo pela sua voz.

Fico sem resposta, por um momento. "Vai ser barulhento e complicado... Querem mesmo vir até aqui?"

Olho e mais uma vez, vejo Rebecca passando a língua no pênis de gelo na mesa do buffet.

Denis vai ouvir só.

Aqui dentro tá parecendo a Antártica, por causa das estátuas de gelo e chocolate da exposição.

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