Capítulo 59

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Três Dias Depois


Na hora de ir embora, eu vou no banco de trás, com as pernas no assento, estamos a caminho da casa dos Holland.

Eu queria voltar pra casa mas Tom insistiu que ainda é muito cedo, por ter de voltar por causa das consultas e tal...

Eu tive que concordar por agora. Não tive escolha.

Quando ele para o carro dentro da garagem, por causa da chuva que cai hoje sobre a cidade, ele fica em silêncio um tempo.

"Tudo bem?" Ele pergunta virando me olhando. "Está quieta..."

"Eu to só pensando" resmungo, brincando com o curativo do meu braço, sem olhar pra ele.

"Em que?" Sua voz suave e doce.

"E se não for o certo ficar aqui? Eu quero dizer... Já basta tudo, com Sam... E agora eu..."

"Não quer ficar...?"

Antes que eu possa responder, a porta da garagem se abre, revelando Paddy e Amora.

"Desculpe, não consegui a conter" ele diz, sorrindo largamente ao se aproximar.

"Tudo bem" respondo quando ele abre a porta e Amora entra, toda feliz.

"Como você tá?" Ela pergunta, enquanto Tom sai do carro.

"Eu to bem" dou um sorriso, arrumando seu cabelo todo bagunçado e torto em várias direções. "E você?"

"Eu to bem" ela assente, mas não sorri agora.

"Quer sair?" Tom pergunta e concordo, os dois irmãos vindo me ajudar, e Amora que leva minha mochila, dizendo querer ser útil. Seus três anos e a mochila maior que ela.

Vamos devagar por causa do meu ritmo lento, não consigo apoiar a perna no chão direito, quem dirá meu peso.

Quando entramos na sala, Bucky vem nos ver, só que agora não dá pra eu brincar com ele. Todos vem nos ver na verdade, cachorros, pessoas...

"Que bom que está melhor" Alice me dá um abraço, e solto um gemido pelo meu curativo nas costelas "desculpe!"

"Tudo bem" apoio mais em Tom, que praticamente me segura em pé.

Meus pais estão aqui também. Nunca vi um lugar mais família do que a casa dos Holland.

"Loira"

"Oi Sam" o abraço, agora me apoiando em seu corpo. "Obrigada... Por tudo"

Posso dizer, que depois do que vivemos, somos muito mais próximos do que nunca.

"Como você tá?" Ele se separa um pouco.

"Tipo um prego na areia, literalmente" falo sorrindo "mas estou inteira eu acho" dou um sorriso sem graça.

"Vamos pro quarto, depois vocês podem ir" Tom diz, voltando a me segurar.

"Ok, se precisarem de alguma coisa, é só dizer" minha mãe diz, segurando minha mão quando passamos por eles.

"Obrigada, mãe" dou um sorriso agradecida.

A subida até o quarto pareceu mais a escalada do Evereste ao invés de uma de escada.

"Quer ajuda pra tomar banho?" Ele pergunta, enquanto me ajuda a tirar meus curativos, quando estamos no banheiro.

Apenas estou sentada no vaso de tampa abaixada, olhando para o piso branco.

"Mila? O que há de errado?" Ele se ajoelha em minha frente, mesmo assim me recuso a olhá-lo. "Hey, não quer falar comigo?" Segura minhas coxas gentilmente, seus dedões fazendo um carinho ali.

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