Capítulo 23

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Algumas Semanas Depois


Batidas.

Isso que me acordou.

Bucky vai até a sala, me deixando no quarto sozinha, cão de guarda do ano.

Pego meu taco da Harley Quin e o levo comigo, indo ver quem é que está na porta.

O sono parece evaporar quando vejo pelo olho mágico, uma Alice com cara de choro, lágrimas no rosto e olhos vermelhos e inchados. Com uma mochila nas costas.

"Alice, o que aconteceu?" Pergunto, após abrir a porta.

Ela só me abraça, só isso, me assustando até. Me fazendo dar um passo pra trás na hora do impacto de seu corpo com o meu já que ela praticamente correu até mim.

Ela só chora ainda mais, me deixando duplamente perplexa.

A levo pro sofá após fechar a porta.

"De-desculpa por ter vindo a essa hora" diz entre fungadas e suspiros.

"São três da manhã. Mas tá tudo bem. Por que está assim?" Coço os olhos mais uma vez, pra espantar o sono e as sujeiras dos cantos.

"O dono do apartamento me expulsou" diz, engolindo pesadamente e suspirando em seguida.

"Nossa... A essa hora da manhã?" franzo o cenho. "Por que?"

"É que eu tava tendo um caso com ele"

"Ah" é tudo que posso dizer.

"E eu contei que perdi o emprego" ela dá um sorriso debochado, deve ser pra ela mesma "que não poderia pagar o aluguel desse mês, e que... Eu to grávida... Dele"

Apenas pisco, sem resposta pra revelação.

Fico aqui, parada com a boca aberta, parecendo um peixe morto sem saber o que responder.

"Que descida morro abaixo" comento, passando a mão no pescoço. "Não entendi muito, mas... Por que não foi falar com o Walter?" pergunto de uma maneira gentil, não quero que ela tenha a impressão errada.

"Ele não sabe. Do nosso caso, quero dizer... Ninguém sabe, além de nós dois. Meus pais não gostam muito de mim e não falam tanto assim comigo. Eu disse que era bissexual, que gostava de dois gêneros e não me importava essas coisas se eu gostava da pessoa..."

"E eles não aceitaram isso muito bem." Digo e ela assente, ficando quieta. "Que coisa... Sinto muito, Alice"

"É... Eu vou contar ao Walter, eu vou, juro!" Segura minhas mãos

"Tá, sim... Eu apoio isso, mas, onde vai morar agora?"

"Eu não posso ir com o Walter. Lá no prédio dele não é permitido residentes mulheres. Assim como no meu não é permitido residentes homens. Sem ser o dono. Eu pensei em... Ficar aqui, pelo menos até amanhã" acrescenta rapidamente, me fazendo dar um sorriso.

"Pode ficar, o tempo que precisar. Olha, só não tenho quarto além do meu então vai ter que ficar no sofá por hoje" dou um sorriso de desculpa. "Mas tem outro banheiro, é menor do que o meu do quarto, mas vai servir."

"Melhor do que o banco da praça" ela dá um sorriso.

Ficamos conversando por um bom tempo. Ela explicando e comentando do caso dela com o dono do apartamento onde vivia.

Fiz um chá pra gente, pra ajudar no frio e dar uma acalmada nela.

De manhã, depois do café, ela sai comigo, dizendo que ia me acompanhar até o trabalho, pra depois ir procurar um lugar pra ficar.

AssistantWhere stories live. Discover now