Capítulo 63

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Um Mês Depois...


Hoje estou com dores, dores no útero.

E está mais agitado do que o normal. Mais dolorido do que o normal.

Estou com contrações. Já é a terceira vez em dez minutos. Eu estou contando no relógio da parede. Estou deitada no chão, segurando minha barriga, como aconselhou Richard da outra vez que fomos, e foi um alarme falso.

Tom quase morre aquele dia...

Quando faço isso mais dez minutos, as contrações parecem diminuir, então apenas me levanto, devagar e de forma lenta.

Depois, enquanto espero esses incômodos amplificados hoje que também estavam acontecendo durante a semana, melhorar um pouco, eu escrevo a carta para Tom.

Eu fico ali, escrevendo e sentindo as dores, aumentando. Após terminar de escrever e guardar o papel no envelope, eu me levanto, e com cuidado, vou até o closet, abrindo sua gaveta a coloco ali, com cuidado e carinho embaixo das suas boxers.

Termino de secar minhas lágrimas por ter escrito tudo ali, naquela carta de despedida, e vou saindo do closet.

Depois, ainda sentindo dores, eu acho que é melhor eu ir atrás de Tom, pra irmos ao médico de novo... Só por precaução, afinal, não vai matar eu ir ao médico.

Eu saio do quarto, indo lentamente pelas escadas, tomando da minha água na caneca pra me distrair das dores.

Escolhemos essa quarta agora para o seu nascimento, e estou ansiosa pra não dizer com medo. Espero que não seja ela decidindo vir antes de o previsto.

Quando estava faltando três degraus, uma pontada em minha barriga acontece, a fisgada dolorosa a ponto de me fazer largar a caneca, que se parte aos pedaços ao cair nos degraus que faltam eu descer.

Seguro minha barriga e ofego, sentindo minha calcinha molhada enquanto agarro o corrimão pra não cair igual a caneca e me estatelar...

Como isso dói, e isso não foi tipo uma contraçãozinha qualquer como estava sentindo antes... Não, isso é arrancar o útero em cru.

"Ah não" ofego, erguendo a barra do vestido folgado e vendo ali meio capenga pelo volume extremamente grande da minha barriga, dois pingos de um líquido gelatinoso no degrau. "Era pra você esperar até quarta" converso com ela, mesmo não podendo me ouvir.

A sinto se mexer muito dentro de mim, minha barriga abaixou muito essa semana... E mais uma pontada de dor, me fazendo dobrar agora, segurando no corrimão pra não cair.

As contrações estão mais curtas entre si, não estão demorando quatro minutos, ou três... São dois, estou olhando no relógio da sala agora.

Os meninos saíram, meus pais e os pais do Tom também... Só estamos nós dois.

"Tom?!" Chamo alto mas ele não ouve, já que não escuto uma resposta. Apenas Bucky aparece, e me olha estranho.

Sinto outra contração, e ofego alto de dor, as lágrimas em meus olhos me cegam momentaneamente.

"Tom!" Consigo descer os degraus sem me cortar com os pedaços de porcelana já que estou descalça e vou a sala, e suas portas para o quintal dos fundos, ainda segurando minha barriga.

Quando estou nas portas, outra contração acontece, e tenho que me apoiar no batente pra não cair. Como isso dói.

Meus ossos estão saindo do lugar, para ela poder passar. Meus músculos se relaxando, meu canal vaginal se dilatando assim como a vagina. É estranho sentir tudo isso, e doloroso.

AssistantWhere stories live. Discover now