Capítulo 47

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Três Dias Depois


Acordo no meio da noite, com vontade de ir no banheiro, e saio da cama, deixando Tom dormindo.

Depois, vou na cozinha, ainda meio dormindo e acordada ao mesmo tempo.

Aquele típico andar de bêbado de sono que não olha pra onde anda direito.

Bato meu pé no mancebo perto da porta, e faço uma careta, me abaixando, pra evitar fazer barulho pra não acordar Tom.

Só estamos nós dois aqui, mas mesmo assim não quero acordá-lo.

A jaqueta dele caiu, e está pesada. Enfiando a mão no bolso, vejo que é seu celular.

Droga, será que quebrou?

Ligo a tela e não trincou. Suspiro aliviada, mas quando volto a encarar a tela, franzo o cenho.

Mensagens no whats dele, de uma tal de Nadia Parkes. Lembro que ela é colega dele no filme que ele tá gravando, tá quase acabando na verdade.

Não é por nada, mas essa garota é feia. Prefiro a Olivia.

Mas de volta as mensagens, uns corações e palavras chamam a minha atenção. Desbloqueio a tela, e me sento no sofá.

Eu não sou bisbilhoteira mas eu preciso ler isso, eu sinto.

Vou na aba do contato dela, e milhões de mensagens aparecem, até áudios.

Me sinto levemente enjoada só de ver uma mensagem:

'Oi Tommy, como tá? Sinto saudades, amor... espero que volte logo de Londres' e figurinhas de coração pra todo lado.

Trincando o maxilar vou subindo a conversa. Lendo tudo eu vejo várias dessas, e similares.

E as respostas são sempre as mesmas, ou quase.

'Não'

Ou

'Eu não sei'

Tipo ele tentando ser evasivo ou furtivo. É difícil diferenciar o que pode ser.

O último áudio que ela mandou foi hoje, agora de madrugada.

Ajusto o volume e vou ouvir.

"Eu sei... eu sei, provavelmente é a bebida, claro. Não devia, você está noivo daquela... coisa horrorosa, mas eu preciso dizer" sua voz arrastada de bêbada me dá ânsia "mas, mesmo sabendo disso, ouvindo você dizer todas aquelas vezes, dizendo 'eu te amo' pra mim, eu não sei... eu me apaixonei por você, Tom. Eu sei, ridículo. Mas mesmo assim, vou tentar minha sorte... eu te amo, Tom, fica comigo e não com aquela idiota... me liga ou manda mensagem... eu te amo..."

Deixo o celular cair, sentindo meu estomago doer, como se tivesse levado um soco ali.

E eu levei.

Bucky me olha confuso, sentado no sofá ao meu lado, entortando a cabeça para o lado.

Minhas lágrimas lavam meu rosto agora. Ele cutuca minha bochecha com o seu focinho, e olho pra ele.

"O que eu faço?" Pergunto, como se ele tivesse a resposta e pudesse me dizer o que pensa sobre isso.

Ele seria capaz? Seria capaz de me magoar a esse ponto?

Seria mesmo?

As respostas dele, em minha mente:

'Eu não sei'

Com raiva, muita raiva, eu me levanto, pegando essa merda de celular e coloco na bancada, sem nem me preocupar se vai quebrar ou não. Na verdade, até quero que quebre.

AssistantWhere stories live. Discover now