Capítulo 73

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Preocupação não é bem o único sentimento agora. Estaciono na vaga da escola e pego logo minha mochila as pressas. Recebi agora a pouco uma ligação da diretora, dizendo que MJ se machucou no playground deles.

Céus...

Logo entro, e caminho por corredores familiares, já que vim aqui algumas vezes em visita, mas nada tão grave assim.

"Ah, senhora Holland" uma das professoras aparece, dobrando uma esquina quase esbarrando em mim.

"Aonde ela está?" Pergunto sem nem ser educada. Sei de certas coisas sobre o corpo docente dessa instituição. "Aonde está Mary Jane?" Chego mais perto, ela parece engolir em seco e se encolhe.

"Está por aqui" diz e me guia pelos corredores.

Nas paredes, várias artes grudadas com pedaços de fita adesiva com brilhinhos e coraçõezinhos. Vários desenhos coloridos e flores desenhadas. Também muitos heróis feitos com traços estranhos e expressões bizarras.

O famoso desenho de criança.

Ela para diante de uma porta escrito ENFERMARIA no vidro. Ela abre e dá passagem, eu vendo ela ali, sentada encolhida enquanto a moça faz um curativo em seu braço direito.

"Mamãe" ela diz, oferecendo seu outro braço, e começa a chorar.

Me aproximo quando a moça vestindo branco já acabou de a enfaixar e ela logo me abraça ainda sentada na maca. Enterrando o rosto em minha barriga e roupa, ela se agarra a mim e chora.

Com uma mão faço carinho em suas costas e a outra em seus cabelos.

"Shh... tá tudo bem" sussurro para ela, e assente, em silêncio.

"Nós sentimos muito, senhora Holland" uma das outras professoras diz atrás de mim. "Nós não sabemos o que ouve, e MJ parece não dizer bem a verdade. Ela diz que outra a aluna a empurrou. E isso não ode ser."

Apenas a encaro de cara feia por cima do ombro, não soltando-a, tanto que ela olha pra baixo, parecendo incomodada. Olho MJ de novo e me afasto dela, pra me inclinar.

Agora olhando seu rosto segurando suas bochechas, noto um pequeno ralado em sua testa, do lado esquerdo. Seco suas lágrimas com meus dedões.

"Hey" digo baixo, e ela me olha, através dos olhos molhados. "O que aconteceu? Pode me contar" pergunto suavemente, dando um sorriso de encorajamento.

"Já lhe informamos, ela alega que foi em-" a mesma professora azeda se intromete.

"Eu perguntei pra minha filha." A olho por cima do ombro, com ódio. Tanto que ela recua um passo, e parece ainda mais azeda. "Pode responder pra mamãe" digo mais suavemente pra MJ. "Está tudo bem, pode me dizer."

"Estávamos no escorrega" ela começa respirando fundo. "Shirley viu minha mochila do papai, daí ela começou a tirar sarro, por que eu disse que ele é meu pai de novo" ela seca as lágrimas que escorrem silenciosamente "e disse que eu era mentirosa..."

"E o que mais?" Pergunto, tirando o cabelo cor de cobre de seu rosto úmido por suas lágrimas de forma delicada, já que ela não conseguiu.

"Daí eu falei que não era mentirosa, e que ele é mesmo meu pai. Daí, ela começou a dizer que sou esquisita e estranha, por causa dos meus olhos... Que eu sou uma aberração, e me empurrou, e eu caí e bati o braço na beira do escorrega de netal" ela solta um soluço agora, secando os olhos com as mãos em punhos, assim como o pai faz.

Ela sempre fala 'netal', e não 'metal'.

Me encho de raiva, muita raiva. "Tá tudo bem, amor" volto a abraçar. "Está com dor?" Pergunto passando a mão em seus cabelos macios e ela assente.

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