Capítulo 14: Vontade do Lobo

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- Incrível, eu pensei que a luta ia durar mais tempo.

O velhote do outro lado da sala me encara.

Caedes não desvia o olhar da Saito.

- O que você tá fazendo?

Começo a retomar o controle do corpo a força.

O lobo não facilita.

Meu corpo vai voltando ao normal, os pelos somem, os dentes diminuem, as garras retrocedem para dentro da pele.

Me debato ao chão com dor, Caedes me castigou me fazendo sentir tudo.

- Alcancem algo para ele vestir!

O velho ordena para seus capangas.

- Minha querida Saito, o avião parte amanhã bem cedo, esteja lá caso queira a carona.

- Muito obrigada, Vovô.

Ela faz uma reverência, e se afasta do homem.

- Samael Vix! Se precisar de algo, pode me procurar, aqui sempre terá um lugar para suas habilidades!

O tom do chefe da Yakuza é de interesse, ele quer me usar.

- Vamos!

Assinto com a cabeça e saímos.

Já la fora, entramos no carro que ainda nos espera.

- Mas que merda é essa?

Estou muito irritado com ela.

- A gente precisava desse vôo, nunca iríamos conseguir chegar lá sem a ajuda do Vovô.

Apesar de falar sem hesitação, a cabeça está baixa, como se estivesse com vergonha.

- Ajuda da Yakuza? Se eles me perseguirem você sabe que vou ter que matar todo mundo não é, incluindo você.

Seguro seu pulso com força.

Ela arfa com dor e puxa o braço para perto de si.

- Sim.

Ela parece pensar por um segundo.

- Sinto muito por ter que mentir para você, Vix-Kun.

Ela me lança aquele olhar, cheio de determinação e luxúria.

Como eu vou ficar brabo com isso?

Sim, eu estou sendo um babaca tóxico.

O que eu tô fazendo com a minha Lauryel?

Jamais vou tocar nela assim de novo.

O lobo ri dentro de mim.

- Certo, mas sem mentiras a partir de agora!

- Com você também, Vix-Kun.

Mas que porra é essa?

- Certo.

Por um momento tento lembrar se menti para ela.

- Amanhã, as 5 da matina, sai um jato com contrabando da Yakuza, vamos estar nele, não se atrase!

Ela me entrega um papel com um endereço escrito e um mini mapa do Angar para onde encontrar ela.

Espera, contrabando?

Aonde é que estamos nos metendo?

Merda!

O resto da viagem foi em silêncio, nem o motorista, nem a Saito, nem eu falamos.

Foi constrangedor.

O carro para no centro da cidade, Saito sai sem proferir nenhuma palavra e desaparece por entre a multidão.

Samael ImortalWhere stories live. Discover now