Capítulo 26: Tentativa

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Não acredito no que acabo de ouvir, ela foi muito ardilosa ao colocar um rastreador no Caedes, agora podemos saber o que ele anda fazendo por aí.

-  Descanse mais um pouco, Sami, vou resolver alguns negócios e volto logo.

- Sim.

Ainda é dia, lá fora o sol é alto e quente no céu, mas sinto sono, um cansaço profundo, depois de desmaiar ainda preciso de energia, algo que só Caedes conseguiria, me transferindo seu poder demoníaco, mas não é por isso que estou em busca dele, sinto tanto a sua falta, meu coração se despedaça a cada minuto longe dele.

Fecho os olhos, Iki ao meu lado me abraça forte contra o próprio peito, me sinto quente e apago.

Durmo por algumas horas, talvez mais que algumas horas.

Acordo, abro os olhos devagar, observo o quarto ao meu redor, tudo escuro, luzes apagadas, e sozinho.

Eu sabia que seria difícil, mas acordar sozinho me fez sentir vazio, acho que é só questão de tempo que a Iki se canse de mim assim como Caedes fez, eu não quero mais viver, não quero mais estar sozinho no mundo, não quero mais sentir essa dor sem fim no meu peito.

Levanto, minhas pernas falham, meu corpo todo treme, preciso me apoiar nos móveis para não cair, sinto a fraqueza no corpo, sinto os membros pesarem cada vez mais e me falta forças.

Começo a ofegar, a palma das minha mãos suam, mas não está calor, a pontada no meu coração me faz ofegar com força, a dor aumenta a cada segundo, é uma sensação de urgência, eu reconheço estes sinais, 3 outro ataque de pânico.

- Merda!

Murmuro em meio as respirações irregulares.

Olho ao redor, procuro algo para acabar com tudo, eu sou um fardo para todos.

Sigo até o balcão, em cima minhas adagas Scariots, pego, sento no chão pressiono a lâmina contra os pulsos, um de cada vez, posso ouvir o chiado de carne queimando, é o barulho que faz quando toca algo impuro, algo demoníaco, é o que sou desde que estive com Caedes, eu sou um lixo.

Não demora muito para tudo girar ao meu redor, a visão embaçada, o sangue encharca tudo ao meu redor, a consciência se esvaindo junto com minha vida inútil.

Em meus lábios um sorriso agradecido, agora vou conseguir acabar com tudo, ele não está aqui para me impedir, nem para me salvar, nem Iki pode me ajudar mais.

- Puta que Pariu! Que merda é essa?

É a voz do Caedes?

Não, devo estar delirando, é por que estou pensando nele enquanto morro.

- Porra, Samael!

Sinto os braços grandes e quentes me segurando contra o peito nú, sinto a pele roçando meu corpo, esse cheiro inconfundível dele, como eu senti saudades.

É Caedes, ele veio até mim no pior momento possível.

- Você não vai me deixar morrer nunca?

Minha voz sai fraca e tremula, sem forças encaro aqueles olhos negros e enormes dele, seu cabelo branco emaranhado e o rosto com cicatrizes, o que o faz parecer mais durão.

- Jamais, vou estar com você até o fim.

Ele beija minha testa, um calor irradia pelo meu corpo, o sangue retornando ao meu corpo, a vitalidade me atinge, estou me curando mais rápido agora.

Caedes pega ataduras e enrola meus pulsos.

Minha visão quase ao normal.

- Caedes?

Samael ImortalWhere stories live. Discover now