Capítulo 22: Carícias

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Segundo dia de caminhada, não consigo mais pensar em nada, não temos fogo, não temos abrigo, não temos comida, não temos água, estamos perdidos.

Caedes ainda guia a gente, mas já estou começando a cogitar a tal informação que ele tem do cérebro do Ali, já estou achando que ele não sabe nem aonde pisa.

Penso que se fôssemos humanos normais já estaríamos mortos nesse deserto, se não fosse pela desidratação, talvez pela hipotermia da noite, ou talvez um coiote comesse a carcaça enquanto dormisse ou depois de um desmaio.

- Olha! São pessoas!

Saito grita, como ela pode ter tanta energia depois de caminhar tanto?

- Oi! Aqui!

Caedes começa a pular para as pessoas nos camelos nos verem, ainda estão bem distante mas estão vindo pra cá.

Depois de alguns minutos em nossa direção e nós na deles, encontramos um grupo de comerciantes nos seus camelos, muitos pedaços de tecidos sobre o lombo dos animais.

- Eles disseram que aqui é uma rota comercial, estão indo para o Egito agora.

Traduzo para Saito.

- Viu! Eu disse pra vocês!

Caedes fala orgulhoso de si mesmo, ele estufa o peito, acho que mesmo não aparentando ele ainda estava preocupado com a gente.

Dou uma risada leve.

Compramos uma túnica para vestir dos comerciantes, e seguimos atrás dos seus camelos até o destino, pelo menos agora sabemos para onde ir.

Muitas horas de caminhada se passaram desde que começamos a seguir os comerciantes, já consigo ver de longe o topo dos prédios da cidade grande.

É quase final do dia, e o sol ainda não se pôs, vamos chegar antes de anoitecer, talvez mais uma ou duas horas pela areia.

Sim, seguimos mais algumas horas e chegamos na cidade, agradecemos os homens e seguimos para a cidade.

- Como vamos sair daqui, Saito-Chan?

Caedes pergunta em tom cansado.

- Vou ligar para meu padrinho amanhã, já deve ser bem tarde lá no Japão agora, aí penso no que fazer, por hora vamos para um hotel.

- Certo, mas não temos dinheiro.

Suspiro alto, cansado também.

- Eu tenho, olhem aqui!

Caedes chacoalha um saquinho cheio de moedas.

- Que merda é essa? Aonde conseguiu esse dinheiro todo?

Suspeito das atitudes dele.

- Ué, como assim? É claro que eu roubei!

Era o que eu temia, sem mim pra parar, ele vai fazer muitas besteiras.

- Puta merda, Caedes! Mandou bem!

Saito apoia isso.

- O que?

Protesto, pronto pra iniciar um discurso enorme sobre bem e mal.

- Vem logo, Samael, vamos encontrar um lugar para ficar!

Iki me puxa junto.

Encontramos um hotel ali perto, um pouco caro, mas o que não é caro no Egito?

Sim, um quarto para três, o pensamento me faz arrepiar, mas não quero esperar nada e me decepcionar por algo não acontecer, afinal estamos cansado demais para pensar nisso.

Samael ImortalWhere stories live. Discover now