Capítulo 16: Andarilhos

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- Vix-Kun, você está bem?

- Sim, vamos partir.

O sol ainda não nasceu, mas já estamos de pé, rumo a cidade mais próxima, podemos ouvir e ver as luzes da movimentação humana.

Depois de 40 minutos em uma caminhada longa, chegamos na primeira cidade.

- Parece que aqui não é o Egito, caímos em outra localização.

- O que? A gente tá perdido?

- Acho que sim.

Pelo que consigo ver estamos em uma cidade comercial, tem muitas tendas com tecidos e outras com alimentos, apesar de não ser muito grande, acredito que os turistas passam por aqui em seu roteiro de viagem.

- Espere aqui.

Deixo Saito parada ao lado de uma cabana de roupas egípcias e sigo para algum lugar aonde possa encontrar um guia.

Na minha frente, um aglomerado de homens, com calças e camisas largas, tecidos cobrindo a cabeça, um tipo de cajado de madeira, são andarilhos do deserto.

- Com licença.

Pergunto em Árabe, estou vivo já tem muitos séculos, sei quase todos os idiomas do mundo.

- Preciso de um guia daqui até uma parte do Saara, algum de vocês está procurando trabalho? Além do pagamento ainda cuidarei das despesas da viagem.

Um dos homens me observa de cima a baixo, suas roupas desgrenhadas e sujas, os sapatos desgastados, é um pobretão que vai aceitar qualquer coisa por alguns trocados.

- Você fala bem nosso idioma, é estrangeiro não é?

O peixe foi fisgado, os outros recusaram na hora, mas este está interessado.

- Sim, eu trouxe uma amiga também, vamos encontrar ela, aí poderemos partir.

- Vocês tem muito dinheiro?

- Claro que sim! Acha que blefei?

Mentira, eu nem sei o quanto a Saito trouxe consigo.

Caedes se contorce dentro de mim, seguro a risada que ele solta, ele pensa em devorar o homem quando acabar o serviço.

- Certo, vamos indo então.

Vamos até onde a Saito está.

- Prazer em conhecê-lo...

- Ali Salim, podem me chamar de Ali.

Eles conversam em inglês, Saito não deve saber Árabe.

- Vamos sair daqui a alguns minutos, nos encontraremos na saída da cidade, vou buscar nosso transporte.

- Certo.

Respondo.

Ali parte em meio as pessoas, todos a nossa volta olham para Saito, a sua roupa chama muita atenção, e como não chamaria? Ela anda com aquela armadura de samurai, espadas e tudo mais, espero que estejam pensando que somos cosplay.

- Saito-Chan, o que acha de trocarmos de roupas? Estamos chamando muita atenção.

- Sim.

Seguimos para uma tenda de roupas árabes.

Saito compra um tipo de vestido bordô simples árabe e um lenço para cobrir a cabeça.

Faço o mesmo, compro roupas parecidas com as do Ali.

Agora esperamos o guia chegar.

Mais de meia hora se passa e o homem ainda não apareceu, começo a pensar que ele desistiu.

Samael ImortalWhere stories live. Discover now