60.Dois covardes

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Ethan tentou me acalmar durante todo o caminho, enquanto olhava o paisagem das ruas de Londres pela janela, não pude parar de pensar na hipótese de que os Floyd, principalmente Dominic, esteja por trás de tudo isso. Ele estava empenhado em ser meu pior pesadelo, e eu odiava admitir que estava conseguindo, ele estava fazendo aos poucos meu lado frágil se aflorar, e isso me deixa sem controle, vulnerável.

Assim que cheguei ao The Empire, sai do carro as pressas nervosa e corri para dentro, enquanto subia as escadas da entrada correndo pude ouvir a voz de Ethan gritando por mim. Continuei a correr e subi para o segundo andar, passei pela mesa de Emma e a mesma me encarou, chamando por mim também. Sem dar ouvidos entrei em meu escritório e fechei a porta com força, a fechando de chave. Eu estava cega de ódio, nunca fui afrontada dessa maneira e não podia deixar ele ver que estava conseguindo o que queria.

Tomada pela raiva peguei o telefone e liguei para o número que o mesmo havia deixado, não demorou muito para que alguém atendesse.

— Alo? - Dominic atende.

— O que pensa que está fazendo?! - Cerrei os dentes.

— Pelo visto o detetive Jones já bateu em sua porta, dessa vez você passou dos limites em Hanna, matou um Bennett...Que crime! - Debochou.

— O único crime que cometi que você se importa é ser uma mulher, uma mulher poder! - Falei com raiva.

— Uma mulher com poder vai contra as leis naturais. - Disse tranquilamente. - Os homens nunca se curvaram ao sexo frágil! - Endureceu sua voz, demonstrando ódio.

— E ELES PAGARAM POR ISSO! - Gritei.

Desliguei o telefone com força, o colocando em seu lugar. Eu estava enlouquecendo, estava desesperada e não tinha ao que recorrer. Já não bastava meu império em risco, agora eu estava sendo acusada por um crime que jamais cometeria e em breve as notícias iriam se espalhar, eu estava prevendo pela primeira vez uma crise no The Empire.

[ ⚠️Alerta gatilho! ]

Senti minhas pernas tremerem e ao contrário delas minhas mãos estavam formigando, imediatamente me sentei no sofá e comecei a encara-las, o ar agora começava a ter dificuldade em vir, eu estava tendo um ataque de pânico.

— Mecha os dedos... - Sussurrei com dificuldade, encarando minhas mãos. - Respira... - Tentei puxar o ar. - Mãe? Aparece de novo por favor...Ta acontecendo...Ta acontecendo de novo. - Passei as mãos pelo cabelo.

Jogando a cabeça para trás, passei as mãos pelos cabelos enquanto lutava tentando puxar o ar. Enquanto olhava para o teto, comecei a ver tudo girar como se eu estivesse tonta, aquilo era horrível. A porta então é arrombada por Ethan, que quebra a fechadura e entra correndo. Ao se deparar com a tal cena ele corre até mim.

— Ei Hanna, Ei! - Se ajoelha em minha frente. - Se concentra na minha voz, ta tudo bem ok? - Encarou meus olhos. - Você consegue, continua respirando fundo. - Juntou nossas mãos.

Ainda tonta, me concentrei na voz de Ethan e encarei os olhos do mesmo, enquanto falava ele acariciava minha mão, o que ajudou com que eu me acalmasse e fez o ar voltar a fluir normalmente em meus pulmões.

— Como sabia...? - Falei baixo.

Eu não sei, eu apenas sabia que você precisava de mim. - Ele sorriu fraco.

Suas palavras me tocaram de uma maneira inexplicável, não sei explicar o que senti naquele momento e nem sei se um dia poderei entender o motivo. Foi como se as palavras de Ethan fosse um passaporte que me levasse de volta para casa, me fizessem sentir como se eu estivesse em casa, de volta aqueles maravilhosos anos que passei na infância, era algo inexplicavelmente familiar.

Meu Eterno Shelby Onde as histórias ganham vida. Descobre agora