73.Mais perto

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Desço as escadas do hotel lentamente, passando meu olhar pelo salão da recepção. Rapidamente caminho para a porta e pego meu carro, começando a o dirigir. Mil coisas estavam se passando em minha mente, mesmo não querendo ver nenhum dos Cooper nunca mais, eu precisava fazer mais esse sacrifício pelo meu objetivo.

Enquanto dirijo pelas ruas de Londres me pego pensando no que eu faria caso todos esses sacrifícios que fiz por esse bebê perdido tenham sido em vão. E se ele fosse alguém que não valesse a pena se importar? Se tivesse se tornado totalmente o contrário do que minha mãe um dia sonhou. Essas perguntas rodeavam meus pensamentos até eu chegar na mansão Cooper, aonde eu estacionei o carro e entrei rapidamente.

— Bem vinda de volta senhorita Hanna, a tempos não a via por aqui. - Uma das empregadas diz.

— Obrigada, coloque a culpa nos seus patrões, eles tem parte da culpa de eu ter desaparecido. - Falei com ironia. - Falando nisso, aonde estão todos?

— A Sr.Anne e a Sr.Margaret saíram para um encontro de mulheres a alguns minutos atrasado, estão tentando fingir que nada aconteceu. - Ela sussurrou rindo levemente e eu fiz o mesmo. - Seu avô está no escritório, o seu pai estava na sala da última vez que eu o vi e a sua tia Charlotte saiu hoje cedo.

— Ótimo, espero não cruzar com nenhum. - Falo subindo as escadas.

Subo as escadas rapidamente e viro a esquerda adentrando em um dos corredores, assim que chego em frente ao meu quarto coloco a mão na maçaneta apreensiva e então a abro. Me deparo então com o quarto totalmente destruído, móveis no chão, quadros rasgados e vasos quebrados por toda parte.

— Isso é o melhor que você pode fazer Anne? - Debochei entrando no mesmo sorrindo.

Cuidadosamente fui desviando dos estraçalhos até chegar ao meu guarda-roupa, estava intacto, a mimada apenas descontou sua raiva na decoração do quarto. Peguei uma mala mediana já que não eram tantas peças, a maioria já estava no hotel. Fui colocando então uma por uma até que não sobrasse mais nada no móvel.

Me certificando de que não havia esquecido nada, peguei a mala e sai do quarto. Desci as escadas e andei em direção a porta, mas antes de chegar até lá tive uma ideia e não resisti. Com um sorriso travesso no rosto corri até a sala e deixei a mala no chão ao lado do sofá. Tirei o canivete do bolso e caminhei em direção a lareira. E lá estava ele bem acima da lareira, o glorioso quadro da família Cooper, aonde eu também estava na foto.

Me estiquei ficando na ponta dos pés e sem dó rasguei o quadro bem no rosto de Anne, fazendo um X. Era uma provocação banal, como a que ela fez em meu quarto, mas sua reação ao ver seria bem diferente da minha.

— Agora sim, até que está mais bonito! - Falei rindo, colocando as mãos na cintura.

Agora sim eu poderia ir embora, fui até o sofá e peguei a mala que estava no chão. Em meu primeiro passo para a sair da sala, dei de cara com meu pai que imediatamente desceu o olhar para a mala.

— Aonde pensa que vai com essa mala? - Arquea a sobrancelha.

— Não vai dizer que sentiu saudades "pai"? - Falei com ironia, dando ênfase no final da frase.

— Você não respondeu minha pergunta. - Falou seriamente.

— Vou ir embora, já passou da hora. - Respondi dando de ombros.

— Como assim embora? Você é uma Cooper, tem que ficar nesta casa! - Aumentou seu tom.

— Ter sangue Cooper não quer dizer que eu esteja pressa a essa casa, eu já nem vinha mais aqui mesmo. - Respondi no mesmo tom, soltando um riso.

Meu Eterno Shelby Onde as histórias ganham vida. Descobre agora