74.Arrepios

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— Um caminho... - Falei baixo encarando a pintura a minha frente.

— Fiquei a manhã toda trabalhando nele, gostou? - Tia Charlotte diz sorrindo.

— Ele é lindo, é... - Sinto como se estivesse hipnotizada.

— É seu, um presente! - Ela disse se virando pra mim.

— Tia não precisa...! - Nego envergonhada.

— Não negue um presente meu ok? Ou eu me sentirei ofendida. - Faz um biquinho fofo afim de me convencer.

— Ok, eu aceito! - Falo sorrindo.

A mesma retirou seu avental e lavou suas mãos que estavam um pouco sujas de tinta. Após isso saímos do estúdio e fomos em direção ao meu carro que estava do outro lado da rua.

— Eu dirijo. - Ela disse com animação.

— Ele é todo seu. - Falo rindo, jogando a chave para a mesma.

Entramos no carro e eu me sento no banco do passageiro, logo tia Charlotte liga o carro e começa a dirigir em direção ao endereço do papel, a mesma era quem tinha descoberto a localização exata tendo ajuda de seus contatos.

[...]

Já havia de passado um tempo e ainda estávamos na estrada, o lugar parecia ser um tanto afastado e tudo indicava que era um orfanato, talvez fosse em alguma cidadezinha pequena. A viagem tinha tudo para ser chata, mas tia Charlotte conseguia animar até um enterro e não parava de conversar desde que saímos de seu estúdio.

— Então quer dizer que nem Michael Gray resistiu aos seus encantos! -Ela brinca rindo.

— Michael acredita que me ama, mas o verdadeiro amor só é real se for retribuído, concorda? - Soltei uma breve risada e olhei para a mais velha.

— Até que concordo, acredito que existem vários tipos de amores, e infelizmente Michael pode ter conhecido um dos piores, o amor não correspondido. - Ela diz balançando a cabeça.

— Ele diz que eu não deveria estar com o John, que o meu lugar é ao lado dele e ele sim é digno do meu amor. - Falei pensativa.

— E o que você acha sobre isso? - Diz com interesse.

— Michael não me ama, ele ama a ideia que tem de Michael. Ele nem ao menos me conhece direito, se conhecesse me olharia com outros olhos e provavelmente a ideia perfeita que criou de mim desapareceria. - Falo de maneira decisiva. - John me conhece por inteiro, conhece meus piores medos e até meus piores pecados, e mesmo assim ele continua ali comigo.

— Isso eu não posso negar, como uma pessoa que tem uma autocrítica muito elevada. Eu tenho que dizer que o John é mais que digno de tê-la ao seu lado. - Ela diz balançando a cabeça positivamente.

— Acho que chegamos na cidade. - Falo vendo uma pequena placa.

— Ui que rústico! - Diz de maneira engraçada admirando as casas.

Seguimos então pelas ruas da pequena e simples cidade, as pessoas que ali moravam pareciam impressionadas com o carro e por onde passavam nos encaravam. Após uns minutos finalmente chegamos ao que parecia a maior construção dali, o orfanato.

 Após uns minutos finalmente chegamos ao que parecia a maior construção dali, o orfanato

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Meu Eterno Shelby Where stories live. Discover now