Capítulo 2

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Mais um capítulo, talvez eu poste outro no período da noite.
Boa leitura 🖤

Elizabete

Eu quase não tive interações com o doutor Marcus nas duas primeiras semanas. A terceira semana estava sendo igual as duas primeiras: segunda, terça, quarta e quinta-feira recebendo sua indiferença e comandos carregados com frases curtas e ríspidas.

Estava tudo bem com o meu trabalho, eu tinha seus horários e consultas devidamente agendadas. Tinha feito o meu trabalho corretamente e estava vestida adequadamente, ainda sim tive seu olhar demorado sobre mim quando ele chegou todas as manhãs, o olhar inexpressivo que tanto me deixava nervosa.

Ele era o oposto de sua irmã. Acontecia o tempo todo entre irmãos. Enquanto Muriel era educada, simpática e humilde, Marcus era o oposto.
Eu precisava parar de pensar no porquê do meu chefe ser como era e simplesmente focar no meu trabalho.

Sexta-feira chegou e eu estava me sentindo mais animada. As coisas estavam indo muito bem: tinha conversado por vídeo chamada durante quase uma hora com a minha família na noite passada. Ganhei uma bolsa linda da minha prima e Muriel estava se tornando uma pessoa querida para mim.
Também estava no grupo de whatsapp da clínica, na verdade estava em dois grupos: o geral e o grupo que Clóvis tinha me adicionado que consistia em todo o setor da cozinha e limpeza.
Por isso estava me sentindo mais próxima dos funcionários, estava sendo bem recebida e isso me deixava mais a vontade. Clóvis e Muriel estavam me ajudando a me enturmar.

Clóvis, ele era todo engraçadinho e fofo. Por falar nele..

Estava passando pelas portas de vidro abertas quando ouvi sua voz.

— bom dia, Elizabete!

Me virei encontrando ele com a sua mochila dos vingadores. Não era uma mochila infantil, mas era interessante.

— oi você, bom dia Clóvis, chegou tarde hoje ou cheguei cedo demais?

Começamos a caminhar em direção ao balcão onde ele se apoiou com o antebraço.

— precisei levar minha mãe para fazer uns exames, deixei minha equipe ciente do que fazer.

Assenti colocando minha bolsa no móvel sob o balcão.

— está tudo bem com ela?

Quis saber e ele sorriu.

— sim, são apenas exames de prevenção.

— que bom.

Falei ligando o computador.

— Liz, posso te chamar assim?

— depende.

Brinquei.

— depende de que?

Sorri quando ele coçou a nuca.

— você é meu amigo?

Ele sorriu então depois de vários segundos abriu sua mochila, olhou para dentro com seu sorriso no rosto, Clóvis estendeu o punho fechado, estava escondendo alguma embalagem em sua mão.

— ouvi dizer que você gosta de doces.

— como você soube?

Ele deu de ombros.

— você seria minha amiga se eu te desse esse doce de banana?

Ele abriu a mão e eu sorri pegando o doce de banana com granulados de açúcar que ele vinha me dando desde a terça-feira. Eu estava almoçando no refeitório e ele sempre me puxava para sentar com o grupo de amigos dele.

A Obsessão de MarcusWhere stories live. Discover now