Capítulo 19

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Dois capítulos seguidos? Quem é você e o que fez com a escritora que me faz esperar meses por uma atualização descente? Haha, espero que gostem desse capítulo, eu gostei bastante. 😏

Elizabete

Coloquei as últimas peças percebendo que tinha colocado roupas demais dentro da mala. Estava difícil fechar então me sentei em cima e por fim consegui puxar o zíper.

— você precisa comer.

Me virei seguindo sua voz.

Ainda estava sentada sobre a mala, Marcus ficou me olhando por alguns segundos, o ensaio de um sorriso ameaçando aparecer em seus lábios, ou talvez fosse eu, desesperada para que ele tivesse qualquer reação positiva.

Ele ainda estava no modo distante, mais em seus bolsos, postura impecável e olhar severo. Eu me perguntava o que seria a seguir se eu decidisse declinar a sua explanação.

— não estou com fome, obrigada - eu estava irritada e o álcool ainda estava circulando em minhas veias, essa era a única explicação para estar sendo tão difícil.

Eu o vi estreitar seus olhos e seu maxilar estava travado, Marcus engoliu suas palavras diante dos meus olhos.

Para a minha surpresa ele não insistiu. Uma pontada de decepção me fez pensar que ele desistiu fácil demais. Sim, talvez eu pudesse estar com fome. Definitivamente eu estava, mas não queria dar o braço a torcer. De qualquer forma, eu poderia tomar um iogurte depois do banho.

Minutos depois Marcus rompeu a porta segurando uma bandeja com o jantar.

Ele não falou nada, apenas colocou a bandeja sobre o recamier e eu queria muito me manter impassível, manter a raiva dentro, mas Deus, esse tipo de cuidado acabava comigo. Ainda sim, me mantive calada.

Eu penso que ele vai sair sem dizer nada, mas então ele se vira quando estava perto da porta, seu olhar menos raivoso e um pouco mais caloroso quando disse as próximas palavras.

— apenas coma e se hidrate, não seja teimosa quando sua saúde e bem estar estiverem envolvidos.

Perco a batalha e aceno com um olhar mais complacente, isso pareceu agradar Marcus, mas ele não disse mais nada antes de sair do closet.

Era horrível amar tanto uma pessoa e não saber como ficar bem com ela. Marcus tinha problemas em relação a controle, ciúmes. Me incomodava sentir que absolutamente tudo que eu fazia o desagradava. Era frustrante, desgastante até a alma. Amava Marcus, tudo que eu mais desejava era que nosso relacionamento fosse mais fácil.

Já na cama fiquei me revirando enquanto ele não deitou comigo, eu sabia que ele estava em seu escritório, tinha ido na cozinha com a bela desculpa de beber água apenas para saber o que ele estava fazendo.

Marcus

Eu tinha optado em me manter calado sobre o que me incomodou na confraternização de merda da faculdade de Elizabete. Eu deveria saber que essa noite seria assim, não lembrava da dinâmica dos universitários, fazia um bom tempo desde que me formei para lembrar desses encontros inúteis antes das férias.

Elizabete não só estava bebendo como eu pedi que não fizesse, mas ela também estava rodeada de moleques, filhos da puta. Um em questão me incomodava pra caralho, o irmão de Regiane. Ele parecia inofensivo, mas eu conhecia a porra de um jogador quando eu via e definitivamente, aquele moleque era um.

Estive calado porque se abrisse minha boca eu só a afastaria. Era frustrante, desesperador não ter o controle sobre Elizabete, saber que ela poderia decidir que não queria mais suportar minhas merdas, que poderia simplesmente acordar um dia e perceber que não sou bom o bastante, porra!

A Obsessão de MarcusWhere stories live. Discover now