Capítulo 30

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Demorei, eu sei e eu sinto muito. Mesma justificativa de sempre, tá?
Perdão.
Como estão? Desejo que estejam bem.
Espero que gostem desse capítulo.
Boa leitura. 🖤

Elizabete

Foi difícil dizer adeus.

Tinha sido difícil estar com Marcus durante todo o vôo de volta.

Eu sabia que ele estava inconformado com a minha decisão. Temia que se revoltasse porque eu não estava pronta para outro confronto.
Ainda estava chateada, mesmo que não quisesse assumir. Tinha perdoado, mas todos os acontecimentos, acusações, suas expressões...
Todas as suas ações da noite fatídica ainda estavam vivas em minha mente.

Tínhamos voltado para a sua casa, ou melhor dizendo: "nossa casa" como ele insistia em corrigir. Eu precisava pegar algumas coisas.

Também foi difícil me negar a ficar quando ele pediu que eu passasse o restante do dia com ele.

Eu tinha pego apenas algumas roupas para trabalho, para a faculdade. Meus livros...
Marcus esteve no andar de baixo e eu sabia que estava se controlando ao máximo para não pedir pela milésima vez que eu mudasse de idéia. Eu via seu olhar magoado e embora me doesse porque eu era empática demais eu também sentia raiva. Ele estava magoado porque eu estava indo passar um tempo na casa dos meus tios? Sério?

Ele esteve calado durante toda a viagem até a casa dos meus tios. Ele me beijou em frente ao portão de ferro torcido. Me abraçou por longos segundos. Marcus não me olhou nos olhos depois que nos afastamos, ele se virou entrando em seu carro e foi embora.

Eu chorei quando entrei em casa, sentia que estava fazendo o certo, precisava realmente me afastar, me concentrar em mim e em tudo que eu sentia. Ficar com ele só me faria me jogar ainda mais profundamente no precipício de sentimentos potentes e intensos.

Tia Marlene concordou em não fazer perguntas, ela sabia que Marcus era ciumento, mas ela não sabia a extensão dos sentimentos dele.

Darlene por outro lado... Ela sabia que algo muito ruim tinha acontecido. Eu contei tudo pra ela porque era isso que fazíamos.
Ela me segurou e ficou comigo, fez suas gracinhas sem sentido e arrancou os sorrisos chorosos de mim.

A segunda-feira começou com um sentimento potente de ansiedade. Também sentia medo, sentia a insegurança de encontrá-lo.

A verdade é que eu nunca sabia o que esperar de Marcus. Sim, horrível, mas real. Eu sabia que ele me amava muito, mas parte de mim sentia um certo medo de sua instabilidade e irracionalidade.

Acordei cedo porque acreditava que Marcus não viria me buscar para o trabalho. Pelo menos não se ele atendesse ao meu pedido.

Ele tinha feito isso, não veio me buscar. 
Sei, tinha feito minhas escolhas e não deveria estar me lamentando por isso, eu não estava, mas era impossível não sentir uma pontada de dor ao lembrar de todas as segundas-feiras em que eu saia pelo portão de ferro torcido e o via lindo, com seu sorriso de quem sabe que é assustadoramente lindo. Ele sempre me encontrava no meio da calçada, ele cheirava meus cabelos enquanto me abraçava. Deus! Pare com isso Elizabete!

Cheguei no trabalho um pouco mais cedo do que de costume. Tinha calculado errado os horários dos ônibus, enfim...
Logo senti o impacto dos olhares curiosos. Primeiro dos seguranças. Depois foi a vez das meninas da recepção que me cumprimentaram com seus sorrisos genuínos e seus olhos arregalados. Passei por elas e vi pelo canto de olho quando uma se inclinou na direção da outra. Era natural, mas não deixava de ser desconfortável.
Eu sempre chegava de mãos dadas com Marcus. Eu andava orgulhosa ao seu lado enquanto ele segurava sua pasta na outra mão e tinha minha bolsa absurdamente pesada pendurada em seu ombro.

A Obsessão de MarcusWhere stories live. Discover now