A Obsessão de Marcus

Capítulo 27

Boa leitura. 🖤

AnnenMayKantereit
Orangenlied

Os pássaros migram para o sul
Enquanto todos congelam no inverno
Casais seguem caminhos distintos
Enquanto o amor se perde
Histórias são esquecidas
Enquanto ninguém mais as contam
Meu pai sempre pensa isso pelas manhãs
Enquanto ele descasca laranjas

Filhotes deixam suas matilhas
A maioria deles nunca volta
Quem sobrevoa através de um Estranho No Ninho
Será, então, sufocado pelo silêncio
Forest Gump encontrou um grande amor
E depois, imediatamente, ele o perde
Todo mundo perde muito da vida
Tudo segue seu curso
Forest, segue

A língua materna pode ser esquecida
Enquanto ninguém fala com você
Nunca se pode amar o suficiente
Enquanto ninguém diz eu te amo

É tão louco o jeito que o tempo passa
Que quantidade incrível de tempo
Sem que seja visto
E o ano todo voa
Assim como os pássaros quando o inverno chega

Histórias são esquecidas
Quando ninguém mais as contam para você
Meu pai sempre pensa isso pelas manhãs
Enquanto ele descasca laranjas

Elizabete

Luciana estava sentada na mesma mesa que nós.
Na verdade mais dois profissionais da clínica estavam sentados perto de nós então não deveria ser surpresa que ela estaria conosco, mas era desagradável demais. Principalmente porque ela tinha um sorriso cheio de significados desconhecidos. Eu a pegava me olhando de vez em quando e também a flagrei secando Marcus.

— amor, vou cumprimentar alguns colegas, você poderia vir comigo?

Sorri para ele e assenti.

Olhei para Muriel que estava sorrindo de orelha a orelha olhando para o doutor Alan que estava fazendo uma espécie de origami com o guardanapo de pano. Geovana estava muito concentrada no que ele estava fazendo.

Pedi licença a todos e segurei a mão de Marcus.

Marcus me apresentava com orgulho para seus colegas de profissão. Ele nunca me deixou de lado e mantinha sua mão na base da minha coluna me mantendo ao seu lado.
Quando estávamos voltando para a nossa mesa ouvimos alguém chamar seu nome.

Ouvi Marcus proferir um chingamento e sua postura enrijeceu.

Me virei me deparando com uma mulher impressionante e alta. Ela era quase da mesma altura de Marcus e parecia ter encontrado água no deserto olhando para ele de uma forma que me deixou inquieta.

— dom, quanto tempo.

— Késia. Sim, definitivamente, muito tempo e você deve saber que não pode mais me chamar assim.

— sinto muito, é o costume. Que prazer te encontrar aqui.

Marcus me apertou contra seu corpo.

— me esclareça, por que você estaria nesse evento?

Ela sorriu jogando a cabeça para trás, achei um exagero.

— estou acompanhando um amigo.

Marcus assentiu apenas.

— deixe-me apresentá-las - ele se virou e eu vi o quanto estava tenso, eu poderia jurar que ele estava temeroso — Amor, essa é a Késia, uma colaboradora do clube - a compreensão me bateu forte e eu quase vacilei, eu não fingi que estava apreciando conhecer aquela mulher, mas eu também não demonstrei o quanto aquele encontro me deixava desconfortável — Késia, conheça Elizabete, minha noiva.