A Obsessão de Marcus

Bônus 2/2

Agora sim.
Estava sentindo que devia esses bônus para vocês. Minhas pequenas.

Foi maravilhoso ter vocês aqui, em cada capítulo, cada linha.
Surreal o tanto que vocês me fizeram rir, e, sim, até chorar de emoção genuína e coração ficar quente de alegria.

Não tenho como agradecer o tanto que vocês merecem.
Todo o meu amor e gratidão.

Ah, e lembrem-se sempre: nenhum relacionamento abusivo deve ser incentivado. Na vida real a maioria dos casos de relacionamentos abusivos acabam em tragédia. Fuja ao primeiro sinal e vocês com certeza devem saber quais são. Usem sempre a sensibilidade de vocês, ela salva vidas.

Boa leitura, uma vida incrível e livre para vocês!

QUATRO ANOS DEPOIS...

Elizabete

— você sabe o que fez.

Eu digo tentando controlar meu temperamento.

Marcus afivela meu cinto e o  inspeciona. Certos costumes não mudaram com o tempo.

— eu só fui visitar minha esposa em seu local de trabalho.

Ele fala e depois fecha a porta. Eu o vejo dar a volta no carro. Estou com raiva, sobretudo da sua negação.

Marcus entra e eu fico pasma com o seu silêncio. Ele gira a chave, liga o som do carro e eu fico esperando qualquer comentário, mas aparentemente Marcus deu a conversa por encerrada.

— você sabe que precisamos conversar, Marcus.

— amor, eu quis aproveitar o tempo livre e fui te ver. Isso é tudo.

— você não foi lá apenas para demarcar território e esfregar sua dominação frente aos meus funcionários?

Sim, eu já tinha toda uma equipe trabalhando para mim. Estávamos reformando um restaurante próximo a clínica.

Marcus tinha simplesmente aparecido sem me ligar. Até aí, tudo ótimo. Tinha sido maravilhoso ver ele chegar tão lindo e sorridente com uma caixa de bombons de chocolate. Achei fofo. Isso até eu perceber sua postura ficar mais rígida, dominadora e exageradamente carinhosa.

— não foi bem assim,  - elevo minha sobrancelha jogando a bolsa no banco de trás — um paciente ligou para cancelar na última hora, eu teria quarenta minutos livres então não pensei duas vezes antes de ir te ver, sinto muito em não ter avisado. Queria te fazer uma surpresa.

— sim, foi uma surpresa maravilhosa, até você começar a demarcar território.

Ele se vira completamente ficando de frente para mim. Pega minha mão e me olha daquele jeito doce e quente.

— Lizzie - ele fica em silêncio por segundos, eu penso que ele vai negar, ele solta o ar e aquelas rugas estavam lá, entre as sobrancelhas — não foi intencional. Fui no seu trabalho com uma única intenção. Queria te ver, apenas matar um pouco da saudade porque a semana foi corrida para ambos. Conheço toda a sua equipe, são bons homens e mulheres, mas hoje em questão, você estava sozinha, rodeada de seis homens - Marcus travou o maxilar, foi rápido, um movimento sutil — o pensamento possessivo veio sem controle e embora sinta uma estima por eles... eu simplesmente agi por impulso. Errei em ter te beijado daquela forma, foi inapropriado e eu lamento. De verdade.

A boa verdade. Era tudo que eu queria ouvir dele. Não tinha por que continuar brigando se ele assumiu seu erro.

Respiro fundo olhando dentro daquele olho bonito.

— não faz mais isso. Você sabe como foi difícil conquistar o respeito daqueles homens. Tenho que validar minha capacidade como profissional diariamente, seja porque sou mulher, sou de baixa estatura, ou porque meu esposo é rico. É uma luta constante e cansativa para mostrar meu potencial. Você entende?