Epilogo 2 - Onde mora um coração

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Narrador

Lizzie: Hoje sua avó é bem mais tranquila, mas seu avô e ela passaram por alguns obstáculos. - Disse sentada no sofá, abraçada a Diego, seu marido.

Marilla: O tio Cole disse que ela atacou um caderno no vovô, quando ela vem, eu escondo os meus pra ela não bater nele.- Afirmou convicta.

Diego: Sua vó era um pouco... impulsiva. Mas isso é de família. - Olhou a esposa de canto de olho, e a mesma sorriu.

Lizzie: O seu avô a provocou, ele também não foi um grande inocente. Além do mais, olhem eles hoje. Estão velhinhos, juntos e apaixonados. - Lembrou dos pais brincando com os dois filhos na noite anterior.

Marilla: O meu tio Cole disse, que a minha avó sempre foi uma grande mulher. Isso significa que ela nunca foi pequena igual eu, mamãe? - A pequena garotinha ruiva de quatro anos era esperta e curiosa.

Diego: Mari tem passado bastante tem com seu tio Mackenzie, não? - Perguntou rindo, á Lizzie.

Marilla: Sua avó foi uma grande mulher no sentido figurado querida... - Tentou concluir, mas foi interrompida pelo filho mais velho, Miguel.

Miguel: Figurado? - Este era um pouco mais na sua, mas também era curioso e estava sempre perguntando coisas inusitadas a mãe e o pai, pois prestava atenção demais as conversas alheias.

Lizzie: Sim querido, as pessoas vão te dizer 'no modo figurado' ou 'falando literalmente'. Literalmente é quando aquilo é real, acontece mesmo. Figurado é uma metáfora, ou uma suposição. - Explicou pro filho, que pareceu entender.

Marilla: Então ela nunca foi uma mulher grande como a senhora, mamãe? Já que ela nunca foi 'literáriamente'. - Lizzie riu e Diego gargalhou.

Lizzie: É uma suposição querida. Não aconteceu, mas podemos imaginar que sim, supor isto. - Mari assentiu. - Sua vó sempre lutou pelos direitos das pessoas, não só pelos dela. Lidou com pessoas que não gostaram da firmeza dela, mas não desistiu. É uma pessoa digna de eternos aplausos. - Diego sorriu, admirando a mulher que criará sua esposa, e admirando a mulher e a pequena criança presentes naquela sala. Todas seriam definidas assim, todas as três, até a pequena Marilla, era digna de aplausos.

A menina que uma vez se intrometeu em uma briga, porque um menino bateu em sua amiguinha e disse que um homem jamais deveria levantar a mão para uma dama, fosse ela pequena ou grande.

Miguel: Sabe mamãe, amo muito minha vó. E as minhas tias avós, e as minhas primas, você e até Mari, que é bem chata.- Falou convicto. - Mulheres são seres humanos geniais. - Lizzie estava com os olhos mergulhados em lágrimas. Ensinava pro pequeno desde pequeno tudo sobre respeitar as mulheres, e vê-lo com 10 anos falando aquilo a tocava.

Diego: Exatamente filho. Mulheres são forças divinas espalhadas e fortalecidas pela natureza. - Sorriu ao lembrar da atual esposa quando ainda nem era sua namorada, quando era uma mulher convicta de que não ficaria com ele. Sorriu mais ainda por conta das brigas bobas que a Lizzie Adolescente criava com ele.

Miguel: Mamãe, você já foi apaixonada por algum outro homem? - Questionou, mas olhava de um jeito bravo pra mãe.

Lizzie: Colin Bridgerton, Alfonso Herrera na época da banda RBD, Detetive Peralta, e por Deus, Chandler Bing. - Sorriu de orelha a orelha. Miguel, no entanto, olhou assustado pra mãe.

Diego: Nenhum deles existiu de verdade. - O menino pareceu finalmente aliviado. - E até mesmo eu teria me casado com Chandler e Colin.

Lizzie: Ponchito existe. - Deu de ombros.

Diego: Não acho que eu deva me preocupar, afinal, Anahi, Dulce Maria e Maitê também existem. - Eles riram.

Marilla: Mamãe, algum dia eu me casarei? - Perguntou com um sorriso de orelha a orelha, o que fez a mãe sorrir antes de suspirar de amor. Não queria interromper, mas tinha essa pulga atrás da orelha.

Diego: Que Deus nos ajude. - Olhou pro teto, fazendo menção a um clamor.

Miguel: Não seja boba, Marilla. Todas as pessoas se casam, o difícil é manter o casamento, pra isso é preciso ter muito amor. - Lizzie e Diego se entreolharam, surpresos.

Lizzie: Querido, onde aprendeu isso?

Miguel: A vovó Ruby estava sentada com o vovô Moody na varanda, quando fomos passar férias em Aspen, e eu ouvi quando ela comentou com a vó Diana sobre isso. A vó Diana disse que morre de saudades do Vô J.

Lizzie engoliu em seco. Há alguns poucos anos, Jerry havia falecido. Diana sentia saudade dele a todo instante.
Ela se recordava firmemente do verso escrito em um pequeno papel e colocado no bolso dele, durante seu velório.

" Querido,
Como eu poderia ter chegado onde cheguei, sem você?
Sem o seu amor, seu companheirismo e sua força de vontade...
Eu vou me lembrar de você, em todas as manhãs e todas as noites. O espaço que sobra em minha cama, sempre será somente seu.
Mal posso acreditar, que um dia eu corri o risco de não te ter. Como poderia?
Você foi minha base, me deu uma linda família, foi minha luz no final do túnel em momentos difíceis.
Sempre serei grata, pelo seu sorriso, sua carisma e por você ter sido meu.
Eu vou te amar daqui, até a eternidade e se eu puder, muito mais.
Que Deus me permita um dia estar ao seu lado novamente. Eu o amo, mais do que a mim mesma.

Para sempre sua, Diana Barry.

Lizzie: Bom, meus amores. Nem todas as pessoas tem a sorte que tivemos em encontrar pessoas que deixem o rumo de nossa vida mais alegre. E existem pessoas que as encontram, mas deixam passar. É necessário viver cada dia como se fosse o último, com alegria, amor. Sabe, sua vó Ruby, teve todas as oportunidades de largar o Vô Moody. Conheceu pessoas que poderiam levar para todos os cantos desse mundo, pessoas que dariam todo e qualquer luxo, mas pra isso, ela teria que abrir mão, do que ela mais amava. A família, em especial, o Moody. Mas ela jamais abriu mão disso, pois sabia que nem sempre o luxo, é o que se tem de mais valioso. Olhe só pra eles hoje.

Miguel: Todos vocês tiveram tanto sorte no amor. - Disse pensativo.

Marilla: Quero ter sorte assim, quando crescer. - Sorriu.

Lizzie: Você terá, minha doce menininha.

Fim!!



Bom, um fim de verdade agora.
Quero dedicar isso tudo a vocês, 70k de visualizações, nunca achei que chegaria aqui. Fico feliz de ter conquistado e mais feliz ainda de saber quem tem pessoas que acompanham e gostam do meu projeto.
Quero dedicar também a minha pequenina e ao meu avô, por todas as vezes que olhei pra eles, e soube que desistir não era uma opção.
Obrigada por tudo e até a próxima.

Aquele com o início depois do fim...حيث تعيش القصص. اكتشف الآن