Capítulo 41 - Roy Gardner?

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Uma semana depois...

Anne Narrando

Estávamos todas na cozinha preparando o café da manhã.

Diana: Gente, não tem açúcar pros bolinhos..- Ela fuçava os armários, desesperada.

Ruby: Não pode ser sem?- Dizia devorando um pacote de bolachas.

Anne: A gente comprou tanta besteira e esqueceu de um dos principais. Acha que o vizinho vai achar ruim se eu pedir um pouco?

Ruby: Acho que é cedo, mas a gente anda comendo muito mal. A mudança acabou, não temos mais desculpas pra ficar comprando comida fora.

Diana: Eu concordo.

No nosso andar só tinham dois apartamentos, o nosso e o da frente que era da Diana e felizmente já estava alugado. Eu nunca conheci o inquilino, mas Diana dizia que ele era muito simpático e Ruby destacava detalhadamente o quão belo ele supostamente era.
Dei três toques na porta, até que ele abriu.
Gilbert, esteja fazendo o que estiver, mas me perdoe... A Ruby tinha toda razão, ele realmente era muito bonito, lindo.

Roy: Bom dia...?- Ele esperava que eu me apresentasse, mas eu estava concentrada demais na beleza dele.- Senhorita?

Anne: Anne Shirley, com um E.- Disse saindo do meu transe, corando e soltando um sorriso mínimo.

Roy: Anne, amiga da Diana, dona do apartamento? Tem algo errado?- Estava meio preocupado.

Anne: Não, desculpe, desculpe. Eu vim, pedir um favor de vizinha. Você deve saber, a gente mora aqui na frente e com a correria da mudança, esquecemos do açúcar, se você puder me ceder um pouco.- Estendi a xícara, fazendo com que ele soltasse um sorriso simpático.

Roy: Claro que sim, Anne com E. - Ele pareceu se lembrar de algo.- Aliás, me desculpe, sou Royal Gardner, mas pode me chamar de Roy. As meninas devem ter comentado por cima.- Me deu passagem para entra.- Eu posso te dar dois pacotes se quiser, eu geralmente compro em fardos, principalmente agora que uns amigos vem morar aqui também.- Pode se sentar, eu vou pegar pra você.

Anne: Eu agradeço, e devolvo assim que a gente puder.

Me sentei em um sofá, e tudo naquele apartamento era lindo. Era uma decoração masculina, mas com um tom feminino perfeito.

Roy: Você quer tomar alguma coisa?- Falou parando de mexer no armário, e me olhando.

Anne: Não, mas eu agradeço.

Roy: Desculpa a enrolação, tem coisas demais aqui, e algumas bagunças. Tenho que arrumar antes das aulas voltarem.- Continuou mexendo.

Anne: Estuda no Queens Academy?- Tentei lembrar se o conhecia.

Roy: Agora estudo, eu e meus dois amigos que vem pra cá. E você está lá a muito tempo? Se está, claro.- Ele riu leve. Tudo nele era perfeito assim?

Anne: Um semestre apenas. Em pedagogia, e você?

Roy: Terceiro semestre, em pedagogia também.- Levantou com os dois pacotes de arroz e se enconstou no balcão da cozinha americana. Pra que sorrir tanto Royal?

Anne: Mal vejo a hora de chegar onde você está e ate mais.- Ri fraco.

Roy: Depois de um tempo começa a passar rápido, por conta da correria.- Me entregou o açúcar.- Não precisa devolver, ou algo assim. Eu aceito um convite pra um café como pagamento.

Anne: Pode passar lá no fim da tarde, a gente sempre lancha, vai ser legal ter mais alguém na mesa.- Agora eu sorri sinceramente, e ele retribui na mesma intensidade.

Roy: Pode aguardar.

Me despedi apenas com um aceno e passei pela porta sem olhar pra trás. Deixei atrás de mim um homem sorridente, e perfeitamente carismático.
Entrei, coloquei o arroz no balcão e me sentei, olhando pro nada, extremamente pensativa.

Ruby: O que foi Anne?

Anne: Você já sentiu algo estranho, tipo uma curiosidade enorme de conhecer alguém. E de ficar perto da pessoa pra isso?

Ruby: Amiga, deixa eu te explicar uma coisa. O nome disso é atração. É isso que faz com que a gente fique, com as pessoas. Acontece com todo mundo, e é normal.

Diana: Ta perguntando isso por causa do Roy?

Anne: Sim, é estranho. A gente se falou tão pouco, e eu senti tanta vontade de ficar ali perto, e ouvir mais.

Ruby: A gente se atrai pelas pessoas sempre Anne, nem sempre de forma amorosa, as vezes pode ser só pela curiosidade de conhecer ele melhor porque ele é uma pessoa diferente. Gentil, educado e muito lindo. Fica tranquila. Mas enfim, dois pacotes de açúcar? Você disse que só ia pedir uma xícara.

Anne: Ele quis dar os dois, disse que compra de fardo, porque tem amigos que vem morar com ele. E que faz pedagogia também.

Diana: Ele me falou disso, perguntou se tudo bem pra mim. Eu aceitei, nós somos em três aqui também. Mas sobre o que cursava, nunca perguntei.- Ela estava fazendo um mexido, e até isso ela fazia delicadamente.

Ruby: Também são estudantes? Os amigos.

Diana: Não procurei saber, mas a Ruby que eu conheço, perguntaria primeiro se eles são bonitos.

Anne: O Moody mudou essa garotinha.- Nós rimos.

Seguimos com o café da manhã, conversando sobre como seria a partir de agora, e da saudade que a gente já estava sentindo das férias.

Depois disso, tomei um banho rápido, e me arrumei.

Diana: Onde vai essa bela moça?- Ela disse pegando minha mão, me fazendo dar uma volta.

Anne: Na faculdade trocar o endereço dos nossos boletos. Precisam de algo? Ruby está deitada?

Diana: Eu não preciso. A Ru acabou de se deitar sim. Você não quer ir de carro? Pega a chave. 

Anne: Eu quero ir andando, apreciar as ruas, o tempo.- Ela sorriu fazendo menção de entender que eu gostava de fazer aquilo.- Ru, não quer nada?- Gritei.

Ouvi um não carregado de sono, o que confirmava que a Ruby e o Moody passaram a madrugada inteira no Skype.
Eu sai, resolvi o que tinha pra resolver, e decidi voltar por um caminho mais longo, parei em frente uma galeria que sempre tive vontade de conhecer, mas que ao me dividir entre estágio e faculdade, não me sobrava tempo.
Entrei e apreciei algumas obras famosas, perdi a noção do quanto o tempo havia passado rápido, imaginando como se desenvolveria cada quadro se fosse um livro. Ri pra mim mesma, e então sai da galeria. Olhei pro céu repleto de nuvens escuras. Saudades da neve. Optei por não correr. Vacilo. Grandes pingos começaram a cair, e eu estava totalemnte desprotegida.
Onde estão os parapeitos dessa cidade?
Senti um toque delicado no meu ombro, olhei pra trás e ele estava lá. Roy. Me cobrindo com seu guarda-chuva e sorrindo pra mim.

Aquele com o início depois do fim...Where stories live. Discover now