| Antes de Tudo |

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                Horror.

As pulsações frenéticas em meu peito rasgam minha audição enquanto seus dedos ásperos e calejados se fecham em torno do meu pescoço. Um homem grande estrangula meus ossos sempre que um músculo ousa exercer algum movimento. Minha garganta quer gritar a todo vapor e meus membros formigam para bater nele com todo ódio em meu sangue, mas ele é mais forte que eu e me detém. Maldito!

Cravei os dedos dos pés no chão, sentido a areia molhada penetrar minhas unhas. Desejei que um buraco abrisse e me engolisse enquanto a temperatura gélida açoita minha pele, coberta apenas por uma cueca. Eu estou quase nu, meu corpo maltratado sem clemência pela vergonha da exposição e o frio violento da Rússia.

Inalei, tentando buscar por controle, fazer minha mente entender que lutar contra tudo isso é mil vezes pior.

O ruído dos abutres e corvos voando no alto das árvores contracena com a fumaça negra dos corpos que queimam nas fogueiras. Por toda a floresta, estão espalhadas em círculos, e o cair do sol ilumina essa carnificina.

Meu vómito entravado ameaça subir para boca com passar de cada segundo nesse lugar, porém reprimo meus instintos. Eu mal comi hoje e não sei o que virá depois disso caso demonstre minha fraqueza, mas com certeza não é nada agradável. Me limito em virar ligeiramente os olhos para uma direção vazia, sem querer voltar minha consciência para esse momento macabro enquanto tudo dentro de mim insiste em dizer que tudo está muito longe do fim.

Nikolai me arrastou para esse lugar na base da força. Eu estava ensinando para Katrina tudo que aprendi no último treinamento de inserção para máfia, porque assim minha irmã vai saber se defender sozinha nesse mundo sujo. Mas aquele maldito me interrompeu, liberando toda raiva em seus olhos sombrios e mortos. Seus homens levaram ela para longe, e logo depois, ele me deu um soco no nariz. Quando acordei, já estava nessa praia.

O cheiro do sangue seco dança em minhas narinas, porém tenho problemas maiores. Certamente tudo isso é um castigo por ter desobedecido sua ordem estúpida de me manter distante de Katrina. Entretanto, só para não fazer o que esse verme quer, posso apanhar até todos os meus ossos virarem pó. Não vou mais deixar ela sozinha, custe o que custar, até minha vida.

Não tem ninguém além de mim para ajudar Katrina. Nikolai nos isolou do mundo de todas formas possíveis. Aquele homem a despreza tanto quanto a mim, e aparentemente essa aversão é por ela ser cega, "debilitada", como ele faz questão de chamá-la todos os dias. Nesses momentos de humilhação, a raiva corrói meus músculos, quente como fogo. Pessoas como aquele verme nem podiam ter filhos, deviam nascer sem um pau no meio das pernas. Mas eu vou tirar o dele com minha próprias mãos antes de cortar sua garganta e mandá-lo para o inferno.

Uma lágrima quente escorre por minha bochecha, transbordando parte do meu tumulto interno pela vida de merda que vivemos. Katrina é dez meses mais velha do que eu. Ela é doce e tão boa que não merece passar por nada disso. Apesar da sua deficiência, ela tem a força de uma leoa selvagem e sempre foi a mãe que nunca tive. Pena que insiste em dizer que eu não deveria tentar matar nosso pai, porém é impossível. Não sei lutar contra o desejo por seu sangue, é quase como um combustível que sempre vai me manter vivo diante da sua crueldade.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Where stories live. Discover now