| Capítulo 09 |

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Parceiro

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Parceiro.

O tenso olhar de Boris cravado em mim no momento em que abandonava sua casa, guiada por Sergey, continua vagando na minha mente como um filme de horror puro. Seus olhos gritavam que ele jamais me perdoaria por ter aceitado ir com meu noivo de livre e espontânea vontade, muito menos me receberia de volta caso quisesse voltar algum dia. Entretanto, esta ainda era a menor das minhas inquietações.

Na verdade, meu pai podia se engasgar no próprio desgosto e morrer. A diferença dele em minha vida seria mínima, ou quase nenhuma. Já não me importo.

Meu coração está todo direcionado para o que Sergey fez com Nathalie. Imaginar os detalhes da sua tortura me causa um pânico precoce, porém as consequências reais são muito mais assustadoras. Temo pela reação do próprio Conselho, afinal, a esposa de um membro importante da Bratva foi ferida sem qualquer motivo plausível. Seria um milagre se toda situação passasse completamente em branco.

Acredito que o único motivo que justifica a atitude de Sergey é que o tenha feito para me vingar, porém aos olhos de todos Nathalie é minha mãe. Ela tem o direito de me educar ou simplesmente "agredir" como achar melhor, já que a lei não me considera suficientemente adulta e responsável por minha própria vida e decisões ainda. E o mundo em que pertenço forjou todos os meus direitos humanos.

Não quero que Sergey seja punido de alguma forma por minha causa, muito menos agora que estou indo viver com ele. O que serve como calmante agora é saber que ele é filho do imperador e sucessor do trono, então não podem matá-lo. Porém, nada garante que minha mãe não cometa o próprio suicido ou busque por outro tipo de retaliação.

Não creio que Nathalie consiga viver em paz depois dele tê-la deformado. Com a mão e o rosto naquele estado irreversível, ela certamente será o motivo principal das gargalhadas entre as senhoras medíocres da máfia, e os homens - aquele depósito de nojo - têm o machismo do alicerce ao seu caráter duvidoso.

Em um leve abanar de cabeça, consegui diluir esses pensamentos por uns instantes e voltei minha concentração para o homem que dirige o carro ao meu lado. Apesar de sentir seu olhar perturbador pousar em mim nalguns momentos, seus olhos não parecem ter saído da estrada por nenhum segundo sequer.

Lhe espiei sem medo, capturando cada ínfimo detalhe do ser rosto, completamente extasiada em sua bolha de atração. Não se contesta que fisicamente Sergey é perfeito, mas sua personalidade obscura devia servir como uma trava inquebrável para me impedir de sentir algo tão intenso e absurdo por este homem. Entretanto, só fermenta ainda mais o sentimento que abrigo.

Sim, Sergey era insano. E eu, uma mulher que estava entregando-lhe absolutamente tudo o que tinha me restado, por isto um pouco pior do que ele.

— Para onde nós vamos? — Minha coragem encontrou as palavras, e sem sequer pensar, interroguei.

— Para minha casa, mas visitaremos um "amigo" antes disso. — Seu tom de voz é imperativamente firme, mas ainda assim Sergey parece calmo. No entanto, sua resposta não me transmitiu nada agradável. Eu não sabia que ele poderia ter qualquer amigo além de Dominic, e pensar na possibilidade de viver com seu pai embrulha meu estômago. Quase injustificadamente, eu odeio aquele homem. Mas precisava de ter certeza antes de recusar sua oferta.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Where stories live. Discover now