| Capítulo 08 |

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                        Intenso

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                        Intenso.

O semblante presunçoso em cada linha cravejada no seu rosto ativou um gatilho já gasto dentro da minha cabeça enquanto Nathalie passava por mim, gesticulando. Sua respiração ficou mais branda, e é quase perceptível a sua convicção de que um milagre ocorreu e esta é minha única oportunidade de deixá-la ir embora livre e intacta... Ou adicionaria muitos mais problemas para o meu acervo.

Esta sensação leviana de vitória era também uma particularidade dos homens que me treinaram. Eles te declaravam acabado e fraco toda vez que você fechava os olhos na busca por uma única razão para ainda lutar contra eles. Para não aceitar morrer. Como uma luz no fim do túnel, eu sempre encontrava a minha razão no juramento que fiz para Katrina: o sangue contaminado do homem que nos tirou absolutamente tudo.

É um facto que a estupidez da mulher pesou muito mais do que a sua inteligência na balança em que coloquei as duas há minutos, jogando a chave na poça suja para o meu deleite. Testei seu psicológico na pura intenção de brincar um pouco com seu raciocínio e driblar sua cabeça. Ela caiu directo no erro, como uma menina pura e ingénua que jamais poderá ser.

Meus dedos correram para reter seu braço quando lhe alcancei em um passo largo para frente, visto que ela caminhava na direcção contrária a que eu desejava levá-la para nossa diversão. Seu ombro virou, fazendo nossos olhares cruzarem em um misto de emoções doentias e contracenadas. Permaneço impassível enquanto os relâmpagos de fúria em seus olhos intercalam o olhar entre meu gesto e minhas feições. Sua garganta abriu, fazendo um rosnado enfurecido ressoar pelo eco do corredor escuro.

— Acabou essa brincadeira. Me solte agora!

Meu peito pulou ligeiramente para frente, e após séculos em abstinência, eu finalmente consegui gargalhar, por breves segundos.

— Brincadeira? Você acha mesmo que tudo isso é uma brincadeira?

— Sim. Você não pode fazer nada contra mim. Eu sou Nathalie Konsta…

Minha mão estalou contra sua bochecha, quebrando o confronto que ela mantinha comigo no instante em que cuspia sua petulância. O silêncio se espalhou pela penumbra. Arrastei o oxigénio para dentro dos meus pulmões antes de possuir a palavra de ordem.

— Cale a boca antes que eu decida fazê-la calar… Para sempre!

Consigo ver o sangue pingar pelo canto do seu lábio inferior enquanto sua atenção permanece fincada no chão. Seus dedos correram para acariciar o exacto lugar em que bati, completamente incrédula, mesmo que não tivesse usado um porcento da minha força no golpe.

— Você está no meu calabouço, e aqui não é absolutamente nada além de uma parasita inútil. Então, eu sugiro que escolha muito bem suas palavras de agora em diante, Nathalie.

— Não. — Ela franziu a testa, agindo como se tudo aquilo não passasse de um sonho ruim. — Não. Você não pode fazer isto!

— Eu posso tudo. — As pontas dos meus lábios esticaram sombriamente assim que vi o pavor crónico possuir o azul de seus olhos. Me divertia apreciar a parte dela que não queria acreditar na situação em que está. Entranto, prossegui aumentando o prazeroso alvoroço ao prender suas bochechas entre meus dedos num gesto súbito e delicado. — Mas me diga, o que você achou? Que Boris ou qualquer outro merda para quem já abriu as pernas vieram intervir por você? Lhe salvar?

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Where stories live. Discover now