| Capítulo 13 |

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8 Anos Atrás — Moscovo, Rússia

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8 Anos Atrás — Moscovo, Rússia.

                Morte.

Eu não sei contar por quantas horas dessa viagem minha consciência caiu na mais completa escuridão. Porém, após descer do helicóptero que nos transportou até aqui, os raios de luz sobre o céu aberto fizeram meus olhos pagarem por isto. Tento ignorar o desconforto da ardência e seguir em passos firmes pelo caminho que seus cachorros de estimação indicam, grudados no meu pé.

Na medida que avanço, Vostok fica cada vez mais para trás, inconsciente sobre o estofado da aeronave; pela forma displicente como aterrou, sem desligar o motor, sei que levantará voo outra vez em breve. Algo de dentro arranha minhas entranhas para saber onde pretendem levá-lo ou o que exactamente farão com aquele que até agora foi meu companheiro mais próximo nesse inferno. Mesmo com os pulsos algemados como eu, Vostok ainda tentou lutar em resistência como o animal incontrolável que é para que não nos levassem. Porém, tudo que sua rebeldia conseguiu foi fazer com que Tártaro cravasse uma injeção no seu pescoço. O colosso se desligou da vida tanto quanto um cadáver enquanto eu permaneci quieto. Sem lutar.

Eles nos forçaram a entrar em um carro branco, aparentemente fabricado para terrenos arenosos pelo seu design e pneus. Não era comum vermos veículos lá, e então, naquele instante, soube que alguma coisa muito errada estava acontecendo. Deduzi que estavam nos mandando embora da Fortaleza, sem qualquer explicação e após muito mais do que uma década infernal como seus prisioneiros e escravos. Ainda assim, nosso destino era só um maldito balão de incertezas até para mim mesmo. Eles podiam simplesmente nos levar em um lugar propício para arrebentar nossos crânios e enterrar os corpos sem criar alaridos entre os outros prisioneiros. Nenhuma acção macabra podia mais ser encarada com espanto se surgisse deles; este é o modo habitual com que aqueles filhos da puta resolvem seus problemas.

Entretanto, antes que eu pudesse obter uma resposta, vi os lábios do motorista pelo espelho retrovisor. Ele sorriu de forma macabra, e uma dor comum na cabeça me acompanhou enquanto meus sentidos eram lentamente desligados, um por um. Os covardes também haviam me drogado nalgum momento que não percebi. Mas no fundo, a cada solavanco do veículo na estrada, eu já contava os segundos para isto acontecer. Eles sempre foram precavidos e cautelosos quanto a sua maldita localização. Em todos esses anos, nunca sequer ouvi uma palavra sobre o nome ou onde fica – aquilo que acredito veementemente ser uma ilha, pela floresta e toda areia além das muralhas da prisão que alimentou meu ódio e desejo de vingança durante treze anos.

Forcei um forte pestanejo antes de percorrer o olhar fusco em uma rápida olhada pelo local. A percepção da altura gritante me incomodou um pouco. Estava em algum edifício, evidentemente gigantesco pela forma imponente com que está acima dos outros ao redor e arranha as nuvens no céu. Os prédios e a ligeira camada de neve sobre o chão pavimentado em que meus pés afundam proporcionam a certeza absoluta de que realmente saímos da área da Fortaleza. Não havia um único resquício sequer de neve por lá, apesar do frio amortecedor que estalava os ossos no cair da noite, deitado em um cubículo imundo.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Where stories live. Discover now