| Capítulo 01|

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                                Medo

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                 Medo.

       A definição desse sentimento ainda é muito nova e vaga para minha cabeça, mas sua sensação aterradora e implacável faz com que eu o reconheça sem um pingo de dúvidas. Afinal, ela está correndo por meu corpo como se fosse meu próprio sangue, e se torna mais espessa em cada passo que mamãe me obriga a marcar na escuridão que cegou meus olhos, quase me fazendo paralisar.

Eu implorei aos gritos para que ela não colocasse a venda em mim antes de sairmos de casa, tampouco amarrasse meus pulsos. Entretanto, tudo o que consegui foi uma bofetada muito forte em meu rosto, como de costume. Sangue saiu da minha boca dessa vez e por um momento achei que qualquer um dos meus dentes seguiria o mesmo caminho. Mas ainda assim, nada disso apareceu lhe importar o suficiente para mudar sua decisão.

Agora, sua mão grande está apertando meu ombro para me conduzir pelos vários corredores. Pelas curvas que fazemos, estamos em algum lugar fechado e sinuoso. Uma música esquisita e ruidosa ecoa no fundo do meu ouvido, junto com algumas súplicas de dor que, pelas vozes finas, acredito serem de mulheres. Isso me leva a pensar que elas estão tão assustadas quanto eu nesse lugar desconhecido, só não sei dizer se são só meninas também ou mulheres mais adultas.

De repente, um frio de morte passou pela minha pele. O aperto em meu ombro obrigou meu corpo a parar seus movimentos no automático.

Pelo que consigo lembrar, mamãe nunca me tirou de casa antes, nem mesmo para passear comigo pelo nosso jardim. Nas pouquíssimas vezes em que saio do meu quarto, eu faço tudo escondido dela, aproveitando que a porta foi deixada aberta pela incompetência de alguma empregada ou ainda quando o papai não está bêbado e de bom humor. Nesses raros momentos, ele é um homem bom e me defende de Natalie. Me dá um pouco de amor e nem sequer fica repetindo que "eu sou uma maldita, culpada, e que devia ter morrido no lugar dela", com um ódio assustador saindo de seus olhos. No fundo, sempre quis entender sobre quem ele fala, porém Yuzva – minha babá – sempre diz para não dar importância porque Boris está fora de si dizendo aquilo a mim.

Algo na minha cabeça grita que eu tenho uma família muito diferente das outras, como se fosse doentia, e não devia ser assim. Queria ao menos ter uma amiga com quem pudesse comparar minha vida para ter mais certezas. Alguém para responder minhas perguntas e fazer com que eu não me sinta tão sozinha e infeliz quando vou para cama todas as noites. Mas não tenho. E talvez mamãe tenha razão, e eu seja realmente uma criança feia e asquerosa que ninguém no mundo quer ver ou ter por perto.

O som de madeira rangendo no chão, deixou tudo dentro de mim em alerta. Respirei fundo, pelo arrepio de estar de volta à realidade.

— Entre!

Ela me empurrou para frente de forma cruel no mesmo instante em que ordenou. Sem ver absolutamente nada, minhas pernas não conseguiram se equilibrar e eu caí bruscamente no chão. Meus joelhos doem e latejam muito pela situação, e para piorar, posso jurar que sinto um líquido grotesco escorrer por eles. Até parece que tem cacos espalhados no piso e fazem questão de cortar minha carne.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن