| Capítulo 25 |

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Dedicado para LimaVLM. Obrigada por estar aqui.

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             Pânico.

A estranheza tem sido a minha sensação mais constante nos últimos dias. Meses, e talvez até em anos de existência. Porém, ela nunca repercutiu neste lugar. Meu quarto sempre assumiu a posição de minha melhor identificação, mas hoje sinto que também falta alguma coisa nele. O tempo longe teve uma influência crucial nisso, todavia eu definitivamente não quero mais estar aqui. Ainda assim, continuo não tendo um real poder de decisão sobre minha vida e escolhas.

Sergey me pediu – para não dizer ordenou –  que eu voltasse ao meu antigo lar com Boris enquanto ele estivesse longe da nossa casa. Meu noivo me trouxe logo pela manhã cedo, e desde que cheguei, não fiz outra coisa senão permanecer no quarto para evitar falar com quem não desejo. Me tranquei na solidão de um cômodo que  há tempos já chamei de meu com todo orgulho.

Interrompendo a sensação de paz superficial instalada e devaneio, batidas rasgadas na porta retumbaram em minha audição e expurgaram o vazio da minha consciência. Obviamente quis ignorar, mas o ruído é teimoso e insuportável ao ponto de não permitir que faça isso.

Cansada, pretendia considerar abri-la, porém o barulho de chaves sendo utilizadas chegou a mim antes de qualquer movimento meu. Ao concluir toda cena mentalmente, só precisei aguardar Boris aparecer com sua cabeça espreitando na pequena fresta que separou a porta. Mesmo nessa distância, notei que ele pareceu voltar a respirar quando seu olhar cruzou com o meu, percebendo que ainda estou aqui e em segurança.

— Eu posso entrar, filha?

Permaneci em silêncio. Sua pergunta era o cúmulo do sarcasmo. Boris já estava praticamente dentro do ambiente, invadindo minha privacidade, e se consumasse ou não sua entrada, seria indiferente. Desdenhando, sacudi os ombros. Parecendo deduzir meu pensamento, ele empurrou a madeira e caminhou até mim, mancando para ocupar um lugar muito perto do meu na cama em que me sentei.

— Está tudo bem? — Girei meu olhar para seu rosto após receber sua pergunta. Tentei agir de forma normal e respondê-lo educadamente, mas não consegui. Ao ver sua face, todas as memórias do mal que ele me proporcionou assumiram o comando do meu bom senso.

— Você não precisa fingir que se importa, Boris. Nós os dois não precisamos mais disso.

— Eu não estou fingindo, Lana. Eu realmente me importo. — Relutou, firme. Respirei fundo e me impedi de entrar nesse ciclo vicioso de novo. Tudo o que menos queria era discutir com ele. Se tiver que suportar sua presença, que nossa convivência ao menos seja tolerante e saudável.

Repentinamente, voltei a sentir o contato na palma e lembrei que o colar que ele me ofereceu estava no meio da minha mão, sendo friccionado e raspado por meus dedos em um tique de distração. Não tive cabeça e nem estômago para usar o acessório, apesar de ser muito bonito e simples, combinando comigo.  No entanto, estou levando–o sempre comigo por precaução. Boris escorregou sua atenção para baixo nesse segundo, contemplando a fonte da minha divagação sem querer.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora