| Capítulo 20 |

2.4K 367 291
                                    

         Lascivo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


         Lascivo.

Captar sua imagem na minha frente não serviu para nada útil além de encorajar a fúria e todo nojo que tenho por ele alojado na boca do meu estômago. Boris representa a espécie que mais abomino na vida: covardes e comodistas. No entanto, e como se seu carácter já não fosse desprezível o suficiente para me irritar, o boceta ainda é peça no tabuleiro de xadrez que jogo com um psicótico manipulador.

Meu futuro sogro tem milhares de motivos para estar morto agora, e acho que veio buscar pela consumação aqui, por fim.

Ainda mal cicatrizados, os ferimentos deixados por mim em seu corpo me agradaram em cada olhar atento sobre eles. Porém, o prazer seria maior caso tivesse ido ao limite e gozado em seu cadáver como fiz aos outros homens naquela noite e outras seguidas, mais brutais e violentas. Um massacre. E só parei quando nem sequer restava mais o pó dos homens que Nikolai mandou matar. Uma lista com doze almas políticas, corruptas e envolvidas no esquema criminoso da Bratva até aos dentes podres que arranquei, sem me arrepender um único segundo disso.

Inclinando o tronco um pouco para baixo, Boris endireitou o par de muletas que usa como apoio. Ele está de frente a mesa do meu escritório, mas eu não havia lhe autorizado a sentar, então estamos os dois em pé, encarando-nos sem qualquer comoção pelo estado um do outro. Parti os ossos do seu tornozelo porque ele tentou resistir e fugir de mim em algum momento enquanto lhe obrigava a confessar sob tortura toda história envolta da mãe biológica da minha menina.

No final, ele concordou em expor parte da verdade a Lana, com a excepção dos detalhes em que a mãe e a tia foram traficadas por Nikolai até a Rússia para serem prostitutas. Era isto ou eu mesmo iria expor seu passado de merda ao conselho e depois matá-lo em praça pública. Porém, e de forma paradoxa, agora não estou satisfeito com o estado dela após a conversa com esse verme.

Lana está abalada durante todos esses dias. Ela mal tem comido, consequentemente, perdeu peso. Nosso contato se torna cada vez mais restrito e banal. Minha pequena cadela não quer conversar com ninguém sobre o que descobriu e se fechou em sua bolha de autoproteção. Ela nem sequer teve mais pesadelos, porque não consegue dormir a noite. Levanta agitada durante a madrugada para gritar e chorar até suas forças acabarem e cair de exaustão em meus braços, na nossa cama.

Entre frases sem sentido e engasgos que engolem o significado das suas palavras, eu sempre a oiço apelar e se debater gritando "mamãe, por favor, pare. Por favor! Papai, me ajude". E tudo isto me deixa imponente. Seria mais fácil se Lana quisesse contar seu passado a mim por vontade própria, mas se ela não fazê-lo, em breve eu serei forçado a desenterrar sozinho. E mesmo que um dia ela venha a perdoar e talvez esquecer os pecados do seu progenitor e sua tia, eu os matarei por ela.

Adiei a morte do verme porque fazê-lo naquele momento seria mandar recados pelo correio a Nikolai. Nathalie também não aparecia de forma alguma, ambos saberiam que descobri que eles colaboraram durante todos esses anos. E esta não é minha intenção no momento.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Where stories live. Discover now