| Capítulo 17 |

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               Intriga

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               Intriga.

O barbante raspa minha pele como uma lâmina afiada em cada volta que exerço em torno do meu pulso esquerdo. Finalizo a última e dou um nó para garantir que a corda permaneça ali até o momento de utilizá-la. A pulsação estremece pela insólita invasão, porém não chega para causar alguma necrose. É só agradável e hábil ao ponto de fazer meu pau inchar se revirar minha concentração na sensação de agonia que percorre as veias.

Levo minha mão livre para trás da nuca e faço com que oriente meu pescoço enquanto  torço os músculos, de um lado para o outro, sem muita força. Um canivete e minhas duas lâminas gêmeas foram distribuídos no estojo protetor envolta da cintura. Apesar de idolatrar o contato directo do metal em meu corpo, retirando sangue de leve, hoje é a carne de outros abutres que desejo esquartejar.

Ajustei a camisa preta de algodão em meus músculos após dar um último gole na garrafa de vodka aberta e devolvê-la ao lugar onde pertence. Havia vestido depois de deixar Lana dormindo no nosso quarto, porém não tomei banho para não correr o risco de retirar seu cheiro narcótico de mim. Iria levá-la comigo ao menos no massacre desta noite.

Vadin exerce seu trabalho enquanto atravesso o quarto em que está concentrado com Dominic. Eles estão nisso há dois dias com pouquíssimas horas de descanso, e talvez demorem mais um tempo para terminar. O soldado está personificando o próprio Hades com tantas tatuagens de demônios e símbolos ocultistas nos centímetros da pele. Entretanto, eu não abordei nada sobre essas escolhas. Ele deve entendê-las, e isto basta.

— Aconteceu alguma coisa? — Seu interrogatório soou logo que pressentiu minha presença no cômodo. Dominic está de barriga para baixo sobre o leito, aceitando a dor de grifar irreversivelmente as costas largas. Com todas emoções estabilizadas, marquei alguns passos para mais próximo deles enquanto sugava uma grande lufada de ar para dentro.

— Cuide de Lana, Dominic. Não quero que você seja menos do que a sombra dela. Eu preciso me ausentar para resolver algumas coisas durante um tempo.

— Precisa de alguma ajuda? — Vadin interviu, eufórico. Seu dedo polegar pressionou um botão em sua máquina para desligar por um instante. Ele me encarou com os olhos cinzentos e brilhantes na esperança de receber alguma resposta positiva. Sabe que pretendo caminhar para a morte, e quer dançar comigo enquanto isto. O homem pertence àqueles que gostam realmente de matar, e não aos que fazem só pelo dinheiro que a máfia oferece.

Ele pertenceu ao exército russo, e é um sniper de profissão. Domina tudo sobre pontaria e armas, porém algo que presenciou nas guerras em que esteve deve ter feito o ex-militar preferir vergar para Bratva. Vadin está aqui porque me transmite um pouco de confiança. E se quero uma guerra em breve, preciso de um batalhão para lutar ao meu lado, ainda que pequeno. Entretanto, essa ajuda não é designada hoje.

— Não.

Foi a vez de Dominic buscar por mim com o semblante indolente. Mesmo sem abordar, ele sabia que minha retirada era uma urgência, individual e regada de carmesim. E não havia ninguém melhor do que ele para cuidar de Lana na minha ausência. Dominic gosta dela de uma forma fraternal, e por isto o mantive perto durante todos esses anos. Trocamos olhares silenciosos por alguns segundos até que ele eliminou o clima de suspense.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora