| Capítulo 06 |

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Alerta de gatilho! + 18

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PASSADO

                      Maníaco.

Todo o meu corpo arqueja pelo cansaço que se apossou dele, resultante de mais um dia de treinamento tirânico. Por conta própria, eu jamais me submeteria a alguma coisa para pertencer a sua máfia sangrenta, ainda assim Nicolai me forja à toda crueldade possível só para ter sua insanidade atendida. Hoje mesmo tive que esquartejar o corpo apodrecido de um cadáver em pedaços pequenos, como o retalho de uma carne no açougue. Quando terminei na força do ódio e após muitos vômitos, tive que embrulhar a cabeça numa caixa que, segundo o maldito, seus homens fariam questão de entregar à família do infeliz como aviso: "paguem o que devem ou vão ficar iguais".

Sei que além de ser sujo, o modo de agir de Nicolai infringe algumas regras primordiais da máfia. E apesar de muito querer se iludir com o contrário, ele não é o detentor de todo poder superior e hierático da organização. Ivan Petrov está um degrau acima dele, ocupando o verdadeiro cargo de chefe. Logo, lhe deve satisfação sobre tudo que faz. Então, se eu tiver uma única oportunidade de expor os podres do maldito ao chefe, farei isso com todo prazer.

— Você teve um dia muito difícil hoje?

Sua voz extremamente mansa chegou até meus ouvidos, me arrancando das minhas análises. Puxei o ar para dentro por um segundo e voltei a passear meus dedos dentro do seu cabelo laranja e receptivo em um vai e vem monótono, uma espécie de carinho que eu gostava muito. Regressei do calabouço já faz algum tempo, porém somente depois de tirar todo o sangue sobre mim e dar um fim para sensação ruim de repugnância e remorso nos meus miolos é que vim procurá-la na nossa prisão domiciliar.

Agora, sua cabeça está apoiada nas minhas pernas enquanto ambos ocupamos o chão frio desse cômodo. Não há qualquer outro móvel aqui, nem uma cama, cadeiras ou armários. Nada, excepto o branco nas paredes. Mesmo que tivesse, não acredito que caberiam muitos, pela dimensão minúscula do cubículo. Às vezes, Nicolai nos mimava colocando-nos em um dos quartos esplendorosos dessa mansão de luxo, porém isso não durava quase nada. Na maioria do tempo, aquele infeliz gostava de nos ver na mais completa humilhação e miséria, e para piorar, nos trancava completamente nus dentro desse lugar apertado, sem janelas e ligava o ar condicionado ao limite. Era para nos deixar mais fortes, ele dizia. "Tortura" era o que realmente significava.

Nesses dias de estadia no inferno gélido, eu abraçava Katrina com toda minha força para tentar mantê-la um pouco aquecida. Nunca me importei muito comigo, e tento ao menos suportar tudo isto porque tenho a ela. Quero que Katrina seja muito feliz longe daqui, porém preciso estripar o demónio antes. Nicolai sabe de tudo isso na perfeição, por isso sempre que me recuso a exercer qualquer ordem sua, ele usa minha irmã como uma corda de apoio para manipular a marionete que sou em suas mãos imundas.

O silêncio absoluto continuou instalado por toda atmosfera. Eu não tinha um pingo sequer de vontade de responder sua pergunta, por mais bem intencionada que fosse. Katrina suspirou fundo em sinal de derrota. Ela me conhece o suficiente para saber quando não era uma boa hora para me incomodar.

BRATVA - Czar da Máfia (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora