Capítulo Especial

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Thomas Beaumont

   Pela quarta vez no ano estamos nos mudando, eu particularmente não gosto mais disso, visto que todas as vezes sempre é pra um lugar longe. Antes eu achava isso um máximo, conhecer novos lugares, pessoas e novas culturas, mas agora eu acho uma tremenda chatice e bastante cansativo.

  Queria ter ficado em Nova York ou até mesmo ter ficado em Londres com a minha avó. Vivemos trocando de casa e isso de um certo modo é um tedio, perdi as contas de quantas vezes eu já troquei de casa, morei em Londres, Canadá, Suíça, Noruega e estávamos em Nova York, agora estávamos indo para uma cidade que eu nunca vi falar, já tinha me acostumado com a nossa antiga casa e agora tenho que acostumar com casa nova, bairro novo, pessoas novas e escola nova.

  Eu estou ficando cansado de ficar mudando de casa, país e bairro o tempo todo, tive que deixar tudo pra trás inclusive os meus amigos.

   Encosto a cabeça no ombro da mamãe, estou com sono e cansado de ficar sentado e também exausto dessa viagem, além de está exausto a minha febre não ajuda e nem a dor de cabeça.

   Ontem eu vim pra cá sem eles saberem, queria saber onde eu iria morar, mas quando estava voltando para Nova York uma chuva muito forte me pegou e como não estava de carro e sim de moto, nem levei capa protetora fiquei todo molhado e agora estou gripado.

   Além de ter pegado aquela chuva toda quase atropelei duas pessoas que estavam perto da praça, espero que não tenha machucado ninguém já que estava em alta velocidade.

  Pelo que eu conseguir observar que é um lugar bastante tranquilo, totalmente diferente de Nova York.

— Como está se sentindo filho? A febre passou? — a mamãe perguntou colocando a mão na minha testa.

—  Estou sim. — menti, eu estou péssimo quero dormir. —  aliás, não tinha necessidade de me fazer usar máscara. Estou ficando sufocado.

— Às vezes você exagera. — disse o papai, deixando o notebook de lado e nos encarando.

— Não é exagero, mas sim proteção. — sorriu pra mim e passou as mãos nos meus cabelos, fazendo com que o papai bufasse.

— Quando tempo vamos ficar nesse hotel? — pergunto mudando completamente o assunto.

—  Até a reforma da nossa casa ficar pronta, é um bom tempo para fazer negócios com o Shaun e o Daniel. —  torço para que o Shaun ou o Daniel não tenha uma filha da minha idade se não o papai vai querer me jogar pra cima da menina, como já fez outras vezes.

  Levantei a manga do moletom porque mesmo com o ar condicionado eu comecei a suar, deve ser efeito daqueles remédios que a mamãe me deu, quando o papai olhou as minhas tatuagem a sua feição mudou completamente.

Droga!

— Cubra as tatuagens, Thomas. —  bufei e nem liguei. — quero que me olhe quando eu estiver falando! — gritou e a mamãe fitou o meu pai e me abraçou, ela sempre faz isso quando o tempo fecha. — É por isso que seu filho é mimado desse jeito.

— "Seu filho?" Ele é seu filho também ou acha que eu fiz ele com dedo? — sorri e o papai já estava ficando vermelho.

  Sempre as minhas tatuagens são motivos de brigas, por conta de um padrão daquele maldito escritório tenho que sempre manter as minhas tatuagens escondidas, seja pelo terno ou por maquiagem, só achei que isso não ia dar esse rebuliço todo.

   Às vezes eu esqueço de cobrir ou esqueço de tirar a maquiagem e sempre ele briga, nada fica do agradado dele e nada que eu faço é suficientemente para deixá-lo orgulhoso.

Aquele Garoto Where stories live. Discover now