Capítulo 42

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   Eu estava vindo do hotel para casa, a mamãe disse que iria fazer um negócio para mim confesso que estou ansiosa espero que seja algo de comer pois estou morrendo de fome.

   Ontem passei mal depois que me empanturrei de pizza, a mamãe brigou horrores comigo, a gente teve o olho grande de comer aquela bicha gigante, porém não me arrependo a pizza estava muito gostosa.

— Com licença, você sabe me dizer se a floricultura Jones está aberta? — um homem de cabelos negros muito bem penteado me chama.

— A floricultura está em reforma. — respondo, tiro os fones para entender melhor que aquele homem estranho que eu nunca vi por aqui.

— Ah, mas você sabe se a Ruth Jones ainda mora por aqui? — coloca as mãos no bolso da calça.

— Eu não lhe começo, então não devo dar informações sobre onde a Ruth Jones mora — digo saindo porém o homem puxa o  meu braço.

— É muito importante, nós somos...parentes — não lembro de ter olhando esse homem na árvore genealógica da vovó.

— Desculpe-me senhor, mas não posso ajudá-lo, poderia por gentileza soltar o meu braço? — ao soltar o meu braço reparo que ele tem uma cicatriz no pulso.

   Ao ver aquela cicatriz me fez lembrar do meu pai, ele tinha uma parecida com aquela, sinto uma amargura ao lembrar de todas as coisas  que ele fez a mim e a minha mãe.

Deve ser muita coincidência este homem ter uma cicatriz igual a do meu pai. Mas a voz dele,os cabelos, os olhos, a voz, as poucas lembranças que eu tenho dele vai se formando em minha mente.

— Eu queira tanto encontrá-la. — sussurra

— Desculpe se eu for indelicada, mas qual é o seu nome?

— Me chamo Luiz. — respondeu sorrindo.

   Aquele nome, não pode ser, é muita coincidência muita coincidência, o sorriso dele era muito parecido, eu não acredito que depois de anos ele tem a coragem e a cara de pau de voltar.

   A raiva foi me consumindo, as lágrimas começaram a escorrer, quando os seus olhos se encontram com os meus, o sorriso que estava em seu rosto sumiu. Acho que ele percebeu.

   Eu queria bater tanto nele, porém ele não sabe que a filha dele está bem na sua frente.  Eu estou com ódio, raiva,medo, nojo tudo misturado.

— Está tudo bem? — perguntou tentando segurar a minha mão.

— Por que... Por que você voltou? — pergunto entre soluços.

— Espera, por acaso você se chama Liz Jones? — pergunta levantando as sobrancelhas desacreditado, balanço a cabeça confirmando. —  Filha como você cresceu!

— N-não me chama de filha — digo, tiro as mãos dele que estavam meu rosto.

— Como não? Eu senti tanto a sua falta. — me abraça e eu caio no choro. — Está tão parecida com a sua mãe.

— Sentiu mesmo? Se estivesse sentindo a minha falta teria voltado antes. — digo me afastando e limpando as minhas lágrimas.

— Claro que senti, você não tem noção do quanto eu senti a sua falta.

— Não sentiu, o meu pai me abandou quando eu tinha cinco ano, entendeu? Cinco anos! — grito ele encolheu  os ombros. — Você não tem o direito de me chamar de filha, pois um pai de verdade nunca iria abandonar a própria filha e a esposa sozinhas e cheias de dívidas.

— Descu....

—  Poupe me de suas desculpas. —  ele continuava com os ombros escolhidos.

— Eu voltei por sua causa.

Aquele Garoto Where stories live. Discover now