Aquele Garoto

Capitulo 16

    Hoje tinha promoção no Coffee eu e o Landom combinamos de ir jantar depois que o expediente acabasse, a minha barriga estava roncando tanto,  olhei no relógio e ainda faltavam vinte minutos para acabar.

    Sair da bancada fui procurar algo para comer na ala do empregados deve ter pelo menos biscoitos com café, eu acho. Procurei mas só tinha café enchir o copo e voltei para a bancada mas acabo trombando com alguém e derramei café em mim e na pessoa.

  A pessoa parecia ser muito chique pois estava de terno que parecia custar dez vezes mais  que o meu salário.

— Como eu sou desastrada! — ainda bem que o café não estava muito quente. — Desculpa, e-eu sinto muito. — eu estava tão envergonhada que nem tive coragem de olhar para o rosto da pessoa.

  Por alguns instantes achei que seria o Daniel ou Nicholas, se fosse um deles dois eu estava ferrada e iria ser despedida na mesma hora.

— Levante a cabeça. — aquela voz era tão familiar. — É uma ordem.

    Levantei a cabeça bem devagar aquela situação me deixando tão constrangida, meu Deus por que eu tenho que ser tão desastrada ao ponto de derramar café em uma pessoa.

    Quando olhei era o Thomas todo sujo de café, ele pareceu nem um pouco feliz, é eu também não ficaria feliz em ter tomado um banho de café.

— Tom! Desculpa...nossa...é...eu...eu...— ele estava tão lindo com aquele terno vermelho sujo de café, as palavras foram sumindo da minha boca, por que isso acontece? — Eu sinto muito. — falei pegando um guardanapo que estava no meu bolso e comecei a passar no terno, mas quando eu passava parece que a mancha só crescia.

— Ei... — ele ficou chamando a minha atenção mas  não dei ouvido continuei limpando aquele terno deve ser tão caro terei que trabalhar redobrado para poder pagar. Além de ajudar a mamãe com a floricultura terei que pagar o terno dele. — EI! — gritou.

    Eu fiquei tão assustada que parei de limpar rapidamente as pessoas que estavam perto ficaram nos olhando, eu realmente estava ferrada olhei a Juliana ela me encarava com olhar como se eu fosse uma presa e ela fosse o predador.

  Vou ser demitida.

    As minhas pernas estavam bambas eu não sei mais o que fazer o Thomas estava me olhando muito feio e ela também, em que situação eu me meti.

— Estou todo encharcado de café, você precisa olhar para onde anda, vai acabar matando alguém. —  disse me encarando.  — Você tem noção do quanto esse café está quente?

    Baixei a cabeça, eu estava me sentindo horrível posso até ser demitida por causa desse incidente, mas não foi por querer, isso acontece quase sempre.

    Os meus olhos se encheram de águas eu não queria chorar, mas do jeito que ele estava falando e me olhava nem parecia aquele Thomas que eu conheci dias atrás.

— Não precisa ficar com essa cara, sei o quanto você é desastrada. — ele coloca uma maleta no chão.

— Me desculpa Thomas, e-eu não queria fazer isso, meu Deus eu sou muito desastrada. — falo e volto a limpar o terno dele.

— Misericórdia, o que foi que eu acabei de dizer? Não se preocupa eu tenho outros e eu nem gostava desse mesmo. — ele se abaixou e sussurrou no meu ouvido. — obrigado por macha-lo de café.

    Coloquei a mão no rosto, ainda com vergonha e também desesperada para não perder o emprego, o Thomas tirou as minhas mãos do rosto e sorriu, ele pegou o guardanapo sujo e colocou no bolso do terno.

— E-eu vou pagar pelo seu terno.

— Não precisa, está tudo bem.

— Eu insisto...

— Repito de novo, não precisa.

  Virei para onde a Juliana estavas e ela me olhava com tanta raiva nos olhos, engoli em seco me preparando mentalmente para receber uma branca imensa e a demissão.

— Agora vou chegar atrasado, serei  assado, cozido, passado e mal passado por chegar atrasado naquela droga de reunião, muito obrigado Liz. — ele pega a maleta do chão e saiu.

   Eu me senti péssima por aquele incidente, ele ficou realmente chateado por ter tomado um banho de café, eu também ficaria e ainda estraguei o terno dele.

    A Juliana ainda estava me olhando com a cara feia, a moça da limpeza apareceu me afastei deixando ela fazer o seu trabalho. Fui em direção a ala dos empregados toda suja de café.

— Ai meu Deus está tudo bem com você? — uma menina dos cabelos castanhos liso e olhos grandes esverdeados, apareceu do nada.

— Sim, só me sujei de café. — amarrando os cabelos, apesar de parecer "calma" eu estou tendo surtos interno com medo de ser demitida.

— Vem, eu vou te ajudar! — ela pega no meu braço e me leva até o vestiário. — Aqui deve ter uniformes limpos. — enquanto ela procurava eu estava sentada em em um banco que fica no vestiario.

— Aqui! — gritou quando encontrou um uniforme. — Toma, é da minha irmã mas ela não vai se incomodar se eu te emprestar o uniforme dela. — eu nunca tinha visto ela por aqui, ela tem uma voz calma e doce.

— Obrigada,mas qual é o seu nome?— pergunto olhando para a garota pequena que estava ajeitando os cabelos na frente do espelho.

— Prazer me chamo, Nina Fiore. — vira e estica a mão para me cumprimentar.

— Ah eu me chamo...

— Liz Jones. — respondeu rápida sentando ao meu lado e sorriu. —Eu sei quem você é, a gente estuda na mesma escola.

— Ah sério? Eu não lembro de você desculpa a indelicadeza.

— Somos de salas e aulas diferentes. —contou. — Agora é melhor você se trocar antes que a Juliana brigue com você.

     Levanto do banco e ela saiu do vestiário e troquei de roupa terei que mandar fazer outro uniforme pois aquele já era, ficou todo manchado.

     Abrir a porta mas passei no bebedouro ouço algumas vozes falando sobre o ocorrido, pelo visto o dia vai ser grande a Nina estava sentada conversando com umas meninas, eram uma das camareiras.

— Olha ficou ótimo em você!

— Muito obrigada, Nina. — agradeço, e vou em direção a bancada o Landom estava conversando com o Daniel.

    Quando me aproximei o Daniel se afastou, volto a fazer o meu trabalho o Thomas passou pela bancada com um terno preto, na verdade ele passou correndo, ele estava apressado e também parecia um pouco preocupado.

E foi por minha culpa.