Capítulo 30

733 71 35
                                    


 S/N sentia uma pontada de vergonha de desde que havia voltado para Hurricane e depois de convencer Michael e Vanessa a irem ao parque enquanto ela dava uma olhada na casa, tinha intenção de arrumar o lugar para deixar para aluguel e conseguir uma renda extra além do trabalho de Michael, caminhando pela casa a madeira ainda estalava da mesma forma de quando era pequena e corria pela casa embora agora faziam barulho enquanto pisava.

–Ok, mandar trocar o piso –Comentou consigo enquanto caminhava, os móveis ainda estavam cobertos com lençóis e tinha certeza que havia visto baratas e ratos:–E um exterminador –

Enquanto caminhava pela casa havia começado a observar tudo que precisava arrumar, sabia que gastariam uma grana para arrumar a casa mas ainda valeria a pena no final, demorou para que tivesse coragem de entrar no quarto de sua mãe era como pisar em uma área proibida e mexer nas coisas que ainda estavam no quarto era como se estivesse desrespeitando sua mãe mas precisava observar tudo e ver o que poderia vender ou guardar.

Enquanto separava as coisas notou que havia um caderno entre algumas das joias de sua mãe a qual S/N pegou curiosa como uma criança e o abriu notando que se tratava de um diário, nem todos os dias estavam escritos mas todos se referiam a apenas um ano.

–Estranho, eu não sabia que ela tinha algo assim –Comentou consigo antes de se sentar no chão empoeirado lendo o diário mesmo sabendo que deveria deixar fechado.

No diário os primeiros dias estavam todos escritos com garranchos e projetos, alguns trechos porém se referiam a William e de como eles eram próximos o que S/N decidiu ignorar enquanto continuava a ler alguma das coisas


"Hoje William me apresentou um dos novos amigos dele, seu nome era Henry Emily e eu conseguia ver o quão os dois tinham personalidades diferente, Henry perguntou se eu e William estávamos juntos e eu não pude deixar de ficar nervosa com isso, nunca realmente pensei por esse lado, mesmo que eu sinta algo por ele a gente não tem encontros quer dizer a gente sai juntos e fica juntos e... Bem a gente faz tudo juntos mas nunca chegamos a conversar sobre o que nós temos."


S/N não pode evitar uma careta antes de continuar a ler sobre o dia que apenas havia sido completado com mais alguns de seus projetos de animatronics e logo já estava no outro dia.


"Descobri que o Henry também monta animatronics, na verdade ele me disse quando entrou na minha área de trabalho, ele parecia muito gentil e nos auxiliamos a criar um pequeno animatronic, eu com certeza vou guardar isso para sempre."


–Que animatronic é esse? –Perguntou S/N para si mesma se perguntando se estaria em algum lugar da casa que S/N nunca havia visto antes já que quando era criança se mantinha mais em seu quarto ou na casa de Michael, pulando mais alguns dias S/N notou que um dos dias estava escrito com a letra um pouco tremida.


"Hoje eu não sei dizer se era o melhor ou pior dia da minha vida e não consigo dizer se eu estou chorando de felicidade ou tristeza... Nah, tenho certeza que é de tristeza mas ainda sim, hoje eu pensei que estava tudo certo! Mas ai eu vi William com uma outra mulher, eles estavam e tudo e isso me machucou profundamente então eu voltei pro meu trabalho simples assim, eu pensei em passar a tarde e noite lá... Mas aí Henry apareceu e eu tava lá chorando pra caralho e ele na hora veio correndo perguntar o que tinha acontecido, eu contei na hora enquanto sentia meu corpo desmoronar e tremer.


E ele apenas me olhou e eu desejei que pudesse morrer ali mesmo pensando que havia falado demais mas Henry apenas colocou uma mão no meu ombro e disse que entendia pelo que eu estava passando e então ele me contou que ainda gostava dessa pessoa mas não quis me contar quem era embora parecia que ele queria falar sobre mim."

Um barulho alto foi escutado da sala e S/N se sobressaltou apertando o diário contra seu peito antes de se levantar assustada correndo para fora do quarto andando pelo corredor apenas para ver um homem alto no corredor que pareceu se assustar com ela também.

–O que diabos você está fazendo aqui!? –Exclamou S/N ao reconhecer seu pai, o homem apenas recuou um pouco.

–Vi seu carro, pensei em entrar –Comentou João e S/N sentiu que teria que se segurar para não ser rude com o homem.

–E por que você achou que poderia apenas entrar aqui assim!? –Exclamou S/N determinada a expulsar o homem.

–A casa é minha também –Disse o homem dando mais um passo firme a frente quando notou que S/N estava segurando algo.

–O testamento deixou claro que é meu e se eu quiser posso te expulsar daqui –Disse S/N tentando manter a calma, João se aproximou mais e sem que S/N conseguisse reagir tirou a força o caderno que segurava.

–O que é isso? –Perguntou João antes de abrir e começar a ler a página que S/N estava dando uma careta: –Eu sempre soube o quanto ela era uma vendida vagabunda –

–Olhe como fala da minha mãe! Vocês nem deviam se conhecer na época! –Disse S/N tentando tirar o caderno dele.

–É você quem não conhece como ela realmente era, se atirava pra qualquer homem que aparecia –Disse o homem ignorando a presença de S/N por um momento.

–Pelo menos ela não abandonou ninguém –Comentou S/N e João fez uma careta irritada antes de tentar acertar S/N com um tapa mas ela recuou antes que ele a alcançasse: –Mas eu agradeço por ela nunca ter ido atrás de você –

–Como pode dizer algo assim!? –Exclamou o homem irritado e S/N apenas ajeitou o cabelo.

–É óbvio se você age assim comigo, uma filha que você negligenciou por anos desde o nascimento –Comentou S/N enquanto olhava atentamente qualquer movimento de João.

O homem recuou atacado e ofendido não acostumado a ser desafiado e S/N apenas cruzou os braços antes de estender a mão esperando o diário o qual João entregou hesitante mas evitando mais confusão.

–E se eu fosse você sabia agora, eu não quero ver sua casa aqui nunca mais –Disse S/N e o homem grunhiu olhando em volta até que algo o deixou alarmado algo que S/N não pareceu notar sem dizer nada João se retirou e S/N deu um suspiro aliviado antes de se virar de costas para o homem e quase soltar um grito de horror quando um animatronic de ovelha estava parado logo atrás dela de pé.

O animatronic se desligou assim que o homem sumiu caindo com um som alto no chão e S/N se agachou para analisar se estava tudo bem com o animatronic.

–Parece que tá tudo bem com você... Estranho, eu não ouvi você chegando –Comentou S/N enquanto olhava o animatronic mais de perto notando que não havia um botão de ligar, curiosa S/N deu a volta no animatronic seguindo para o porão o local que sua mãe não a deixava entrar mesmo que uma vez quando criança foi contra as palavras de sua mãe e desceu no porão.

Enquanto descia as escadas antigas memórias começaram a surgir de um dia distante e um dos motivos pelo qual tinha medo do porão, o medo que apenas surgiu novamente quando chegou no final da escada, quando teve que pegar uma pequena lanterna do bolso para iluminar o lugar dando um aspecto mais fantasmagórico e assustador ao local.

Fnaf:Um amor roxeado (Michael Afton x reader)Where stories live. Discover now