Um presente

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Estávamos na sala quando o Marcos continuou o seu relato.
 Segui você desde então. Vivi através de você. Passou-se um século desde o nosso primeiro encontro na praça de São Marcos. Faz um século hoje.
Você já havia vivido uma vida plena e feliz com os seus amores, e até se casou com um lobisomem.  Mas menos comigo. Senti como um rejeitado, mas não questionei isso. Apenas cedi ao desejo de ter um pouquinho do que você dava aos outros. 
Forgei a sua morte. Te hipnotizando enquanto você ainda dormia ganhei uma vantagem sobre você. Rasguei o seu vestido com as minhas unhas e o sujei com o seu sangue. Precisava parecer real.
Quando acordou você estava na minha sala e tudo o mais você já sabe.

_ Você nunca apareceu para mim?
_ Sim. Durante um tempo em que você esteve confusa. Você abandonou aos seus três maridos, para não ter que escolher um.
_ Meus três maridos! _ gargalhei _ Parece loucura. 
Sorriu _ É uma história e tanto, não? Pena que você estivesse realmente perturbada neste tempo. Eu te alimentei e cuidei de você por três décadas, quando eu te perdi. Depois eu soube que você estava na Romênia. Um país realmente perigoso para vampiro. Mas você não é uma vampira comum, e eles aceitaram você. Eu fiquei sem te ver novamente, até você voltar para o Brasil. 
_ Eu compreenderia melhor o que você me diz, se me devolvesse a minha memória.
_ Primeiro me diga, o que pensa de mim agora?
_ Eu não mudei a minha opinião inicial de quando você disse o que estamos vivendo, como se fosse sua história escrita.
_ Tenho medo.
_ De que?
_ De ser visto como um vilão. 
_ Mas você é, Marcos. 
Suspirou alto, olhando o mar através da parede de vidro,  como se aceitace o fato, finalmente. 
Caminhou até mim, sentada no sofá, e  se ajoelhou no chão para me encarar _ Tem razão, Alone/Helena. Beije-me uma última vez. Antes que eu perca de vez o seu olhar carinhoso e a sua cumplicidade silênciosa. 
_ Não! _ o Lui ordenou da porta de entrada, chamando a nossa atenção. 
Em um segundo se aproximou de nós e lançou o Marcos, na parede interna de concreto, com um chute. Marcos caiu no chão inconsciente. Olhei para o Lui sem entender. 
O loiro baixou a altura do meu rosto e sorriu _ É um presente ser o único dentro das suas lembranças. Não posso desperdiçar _ beijou meus lábios _ Vamos _ o seu olhar sobre meu era feliz.
Me levou pela mão para fora e me abraçou já na praia. Beijava o meu pescoço. Eu não entendia. Ele me convidou para sair, mas estávamos parados. 
Foi quando levantei o olhar do seu ombro e contemplei a ilha tão distante que quase sumia. Estávamos voando! 
Chegamos em uma mansão, em um lugar recôndito no meio do nada, com uma floresta ao redor. 
_ Ótimo outra ilha! _ deixei escapar. 
_ Está com medo? _ diversão pura na voz do Lui.
Havia pego a chave em baixo do  capacho, e agora se divertia curtindo o meu rosto revoltado, como se fosse a coisa mais legal e quente no momento. 
_ Eu só adoraria e ficaria muito feliz, se não for pedir muito, que os caras que eu reconheço, não me sequestrassem e me prendesse em ilhas.
Gargalhou pondo as mãos na parede atrás de mim e aproximou o seu corpo do meu, com o olhar interessado sobre o meu rosto. Foi me prendendo contra a parede, e aproximou os seus lábios dos meus, como se fosse me beijar _ Helena, não se prende uma força da natureza, como você.
Gostei de ouvir isso.
Os seus lábios tão próximos, insinuantes e aquele olhar selvagem, de predador. O cheiro delicioso que desprendia do seu corpo junto ao seu hálito. As mãos me prendendo. A sua beleza e juventude. 
Tudo. Fazia o meu corpo inteiro arder de desejo e necessidade. Como se eu sempre o tivesse desejado, a minha vida toda, mas só o encontrasse agora. Como uma abstinência antiga de algo novo, e ainda mais prazeroso, do que você tem o poder de imaginar. 
Entreabri os meus lábios, desejando um beijo. Os seus lábios sorriram agrado antes de me beijar. Apertou o meu corpo contra a parede, me fazendo sentir cada músculo escondido abaixo da roupa. As suas mãos na parede. 
Olhei em seus olhos, ofegante e desejando mais, quando os beijos cessaram. Ele não se afastou de mim. Me prendia contra a parede, ainda. Gostava de me olhar. Divertia lhe meu desejo. Beijou- me antes de se afastar e abrir a porta. Convidou para que eu entrasse antes e seguiu atrás de mim. 
_ Lembra desta casa? A nossa casa.
Eu não lembrava. Caminhamos por amplos cômodos e subimos uma escada para o  andar de cima. Senti um certo carinho pelo quarto no qual entramos. Fui até a penteadeira e senti o cheiro de um perfume. Uma sensação gostosa me tomou, mas não me remetia a nada do passado.
_ Não lembro.
_ Bom _ pegou o frasco da minha mão devolvendo a penteadeira, segurando a minha mão com a outra _ Aonde foi que paramos? _ deslizou uma mão pela minha cintura e segurava o meu maxilar com a outra mão. Se aproximou dos meus lábios, me aquecendo inteira, e me beijou. Mergulhei em luxúria beijando aquele sonho, tão lindo e perfeito.
Senti o meu vestido deslizar e um tecido se rasgar. A minha calcinha. Pensei. Tirou a camisa, diante dos meus olhos, facilmente e desabotoou a calça se livrando de toda a sua roupa restante, e calçados. 
_ Você é tão linda, que me tira o fôlego, Helena _ olhou o meu corpo me fazendo corar _ Deliciosa _ sussurrou ao meu ouvido, ao me abraçar, nua.
Deitou o meu corpo na cama, e beijou o meu pescoço, enquanto brincava com os meus mamilos, girando os dedos nas auréolas e beliscando os bicos. As suas mãos apertavam o volume vez ou outra. 
_ Lui _ chamei o seu nome, ofegante e ele me penetrou, como se respondesse.
Beijou- me.
Como ele era perfeito! O seu mover me envolvia em êxtase e desejo. 

Numa Noite Sombria Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum