Adeus amor

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Uriel tinha um ar preocupado, contemplando as estrelas. Pareceu se esquecer que eu podia ouvir os seus pensamentos, e deixou escapar algumas particularidades sobre minhas vitimas, da primeira vez que tentei me alimentar. Elas não haviam sofrido mutação alguma.

O Lui também foi examinado, em seu sangue havia anticorpos lycans, e em teoria ele não seria morto, no caso de mordida de um lycan. Sua preocupação em torno de mim, seria por medo de que outros clãs descobrissem sobre mim, e tentassem me sequestrar, para estudo e me usar como arma de guerra. Tudo o que começou como uma disputa por território, poderia ficar bem mais sério.

Por força do destino, ele acreditava em destino, a casa que construíra pra mim, era ao lado da sua casa e fortaleza, de onde poderia me defender no caso de um ataque. Mas o seu território era muito cobiçado, e a aniquilação do grupo rival era necessária.

O Lui e o Will já deveriam ter chegado, mas ainda não sentia a presença deles e nem recebera qualquer mensagem telepática. Começava a se preocupar com eles, talvez devesse procurar por eles agora que eu havia adormecido. Ele achou que eu dormia, então fechei os olhos.

O senti se levantar de vagar e pegar a sua roupa. Sabia que ele iria correr pela casa em ultra-velocidade, mirei a minha roupa, pra fazer o mesmo e segui-lo. Depois poucos segundos. Chegamos em um ponto de floresta atlântica. Me perguntava como Uriel ainda não me vira? Será que a minha presença era indetectável?

Uriel via algo que eu só pude ver através dos seus pensamentos. Eram Lui e Will lutando sozinhos com um grupo dela​ doze. A visão deles em perigo foi o suficiente para eu me irar e me transformar.

Logo a seguir vi os lycans ficarem desnorteados como se tivessem uma forte dor de cabeça. Uriel tinha um olhar frio e terrível sobre o grupo que seria massacrado sem defesa. 

_ Vocês estão bem _ perguntei quando os livrei dos seus adversários diretos.

_ Sim _ disse Will.

_ Helena, o que você está fazendo aqui? _ brigou Lui.

Fui mordida por um lobisomem, antes de responder. O puxei do meu pescoço como se fosse um gatinho e o mordi de volta bebendo do seu sangue. Foi involuntário, instintivamente. Outros fizeram o mesmo. Os mordi também. Eles caíram como que mortos. Logo todos haviam sido mordidos, mortos ou fugido.

_ Você devia estar cuidando dela? _ a cobrança veio do Lui para o Uriel.

_ E quem cuidaria de você? _ apontei para o Lui enquanto ainda transmutada.

Dei um passo em sua direção e Lui recuou, mas me olhou nos olhos _ Obrigado _ lançou aquele olhar quente de “estou feliz em te ver, senti saudades, amor”, e sorriu tentador.

Sorri, voltando ao normal e o Lui caminhou para mim me abraçando.

_ Pensei que você estivesse dormindo _ cobrou-me Uriel.

_ Admite que está feliz por eu ter te seguido? _ sorri para o Uriel, dentro do abraço do Lui.

_ Não posso. Te quero protegida _ disse Uriel.

_ Eu quero o mesmo para vocês. Se vocês não me ouvem, eu não tenho que ouvi-los _ respondi.

Olhei para os corpos caídos, e me lembrei de quando aquilo me incomodava muito. Mas agora, a vida dos que eu amava era mais importante, e justificava a morte de outros. Eu estava feliz por ter salvo a vida dos meus, mas aqueles no chão também tinham alguém. Alguém lamentaria por eles.

_ Foi necessário _ apontou o Will que notou o meu olhar.

Tínhamos que arrancar os corações. Peguei um dos que eu havia mordido e notei que voltara a forma humana sem que ninguém o tivesse tocado ou morto de fato. Chequei os batimentos cardíacos. Estavam lentos, mas ainda estava vivo.

Numa Noite Sombria Where stories live. Discover now