Depois de me vestir estava faminta. Abri uma geladeira farta. Escolhi o que parecia com um almoço e um suco. Will sentou à minha frente, me observando.
_ Como você está? _ falou quebrando o silencio.
_ Estou normal.
_ E o que é normal?
_ Normal é: eu sou humana, não entendo suas leis, minha vida está em risco e isso é normal para um humano, além disso, sou uma profunda adepta do “que se dane!”.
_ Você não liga _ constatou com uma cara de descontente.
_ Relaxa, Will.
_ Você dois formam um par perfeito, no estilo Romeu e Julieta. Vão acabar morrendo juntos. Isso é estúpido!
_ Não é como se a escolha fosse minha.
_ É sua. Me diga que quer ser um monstro como nós, que eu te torno em um monstro agora.
_ Eu...
Antes que pudesse terminar Lui estava na cozinha.
_ Diga não _ me pediu.
Mas eu queria dizer sim. Eu queria viver com o Lui sem causar sede ou me limitar à apenas receber prazer durante o sexo. Eu queria ser mais do que uma serva e ter o poder de chutar a bunda de qualquer vampiro que tentasse me sequestrar. Eu queria me adequar ao meio em que eu vivia agora.
_ Eu te transformo _ propôs.
_ Agora? _ precisava saber.
_ Em uma semana. Viajamos para uma ilha deserta. Conversamos... nos conhecemos... eu preciso deste tempo.
_ Não, Will _ respondi obedecendo ao Lui.
Viajamos no jatinho do Lui, depois pegamos uma iate que Lui mesmo pilotou. Fomos para Fiji. Lui tinha uma das doze ilhas desertas, e esta estava fora do roteiro turistico, como algumas outras. Eram classificadas como ilhas desertas por não haver fonte de água doce em nenhuma delas, e por isso eram inabitaveis. Havia um bom estoque do precioso líquido na lancha em garrafas de água mineral. Estávamos debaixo de um sol escaldante.
_ Vampiros andam sob o sol _ respirei profundamente pela boca entre os dentes imaginando quantas mentiras mais eu havia ouvido em tão pouco tempo.
_ Não gostamos de sol. Poucos de nós abrem as cortinas de sua casa durante um dia ensolarado. Não queimamos no sol, como reza a lenda, muito fantasiosa, sobre os malditos seres rejeitados por Deus.
_ Por que mentiu?
_ Não queria ter que sair durante o dia para lugares abertos.
_ O que mais?
_ Realmente não é fácil lidar com o fato de você ser humana. Não sinto ciúmes.
_ Então? Por que nao tornar a nossa vida mais facil?
_ O que te move? O que motiva a Helena a levantar da cama pela manhã?
_ Meu primeiro pensamento é seu.
Sorriu divertido se contendo pra ficar sério a seguir _ Eu sei, mas o que te motivava antes de mim?
_ Amor. O que move o mundo é o amor. Ajudamos uns aos outros mesmo quando não nos conhecemos, porquê uma tênue linha de amor conecta todos os seres humanos e outros seres vivos até. O fato de eu estar aqui, me diz que faço parte desta rede, é isso o que me move.
_ E por que você me ama?
_ Por que você me amou primeiro, Lui.
_ Como sabia que eu te amava?
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Numa Noite Sombria
VampireA voz do estranho era suave e melodiosa, quase tão sedutora quanto o seu corpo e rosto. Me diverti com sua juventude, era jovem em sua aparência! Tão jovem que o seu tom de voz e sua determinação não se encaixavam.