sem sede

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Ouvi sons, vibrações. Enquanto ainda estava de olhos fechados, tinha a perfeita noção de tudo ao meu redor. Estava em um quarto, em uma casa, em um ilha cercada de outras ilhas em um oceano e próximo a um continente e sabia exatamente tudo sobre o que acontecia em todos esses lugares ao mesmo tempo como um GPS de alcance muito maior só que avançado como um radar de submarino.

O cheiro do corpo ao meu lado era inconfundível. Lui estava ao meu lado e podia sentir o calor do seu olhar passando pelo corpo tão nu quanto o seu. Havia notado a diferença das batidas do meu coração quando eu comecei a acordar e o seu próprio coração se alterou com ansiedade. Se eu pudesse ouvir os seus pensamentos antes teria lhe dado um tapa bem merecido. Como ele podia ser tão deliciosamente safado!? Sorri.

_ É sua culpa por ser tão gostosa _ brincou com um riso safado como ele _ Como você se sente?

_ Muito bem e percebendo porquê você não dorme. Como o mundo é barulhento!

Olhei para o rosto do Lui, à minha frente, prendendo a respiração por um instante. Como ele podia ser ainda mais bonito! A cor dos olhos verdes cinzento, selvagens e expressivos tinham mais brilhos e cores. A pele perfeita, os detalhes em sua expressaõ e... o sorriso era ainda mais tentador.

_ Helena...! _ respirou sorrindo, por causa da mulher nua em sua frente que o elogiava sem palavras, deixando-o mais excitado, o seu fluxo de sangue se alterando e ele corou.

Eu não conseguia ver cor das bochechas na sua palidez antes, mas agora, o vermelho de excitaçao evergonhada, estava la.

_ Ah, meu Deus, Lui! _ minha voz soou melodiosa com a excitação que aquela visao provocou em mim.

Sentia um calor crescente em meu ventre só de vê-lo assim.

Tocou meu maxilar com a mão e passou o polegar pelos meus lábios sentindo a macies e vendo entreabrir no seu dedo com tanta atenção que o mundo parou naquele momento. Expirou de desejo. Seu coração acelerado e a respiração irregular. Senti seu hálito delicioso com uma sede irresistível do seu beijo. Meu beijou com tanto desejo que era quase dor. Sua mão contornava minha coxa, quadril, cintura, me virou de barriga pra cima, com carinho. Chegou aos meus seios onde me agarrou com carinho e contornou os mamilos com as duas mão habilidosa e simultâneas.

_ Você ficou ainda mais linda, Helena _ sorriu admirado, me fazendo sentir um arrepio gostoso. O meu corpo reagia ao que Lui sentia, e o corpo do Lui respondia ao meu corpo. Era meio louco e mais intenso. E isso combinado as palavras e toques carinhosos e sons excitantes e a visao da beleza personificada desejando-me inteira...  

Beijou os meus seios com sua língua pressionando sedenta e insistente com seus lábios se fechando em beijos chupando meus mamilos de onde parecia tentar tirar mais do que meus gemidos suspirados com essa ação. Meus olhos estavam atentos aos seus movimentos exalando gemidinhos de prazer que o deixavam louco, eu sabia.

Seus lábios estavam nos meus antes que eu pudesse notar seguido pela sensação do seu corpo encaixando no meu com volúpia e luxúria.

Estava ansioso por isso, desejava há muito fazer sexo comigo “de verdade”. Sua ansiedade me aquecia o corpo ainda mais, se é que era possível.

_ À partir de agora te devoto o meu corpo _ sussurrou ao meu ouvido _ ... para seu apoio, seu abrigo e seu escudo se for necessário. Para sempre, minha amada.

Virei pra ver os seus olhos e sorri. Lui havia sonhado com o dia em que me diria isso, durante muito tempo.

Eu gemia em suas investidas, mas isso não me impedia de continuar com o meu sorriso pelas palavras ouvidas vindas daquele homem encantador.

Foi entre risos que cheguei ao orgasmo contagiando o Lui que fez o mesmo.

Depois de um tempo, deitados um sobre o outro relaxados trocando um carinho, Lui interrompeu o silencio com sua voz de anjo sexy.

_ Sede _ disse simplesmente.

_ O que...?

_ Seu primeiro impulso de desejo deveria ter sido sede _ encontrou os meus olhos com um temor curioso _ Não sente sede?

Olhei pro teto pensando sobre o assunto.

_ A sensação de necessidade de beber sangue urgente? Não sinto.

_ Fome ou... _ pensou e sorriu _ desejo?

_ Sim, desejo _ respondi bem sem vergonha como se ele estivesse me oferecido e eu respondia “sim”, com um sorriso.

_ Helena _ ofegou o meu nome com um olhar quente e sorriu sem se conter, muito feliz com minha resposta. Mas me beijou docemente, se afastando um pouco pra completar _ Sinto muito, mas muito mesmo... em ter que dizer que você tem que se alimentar mesmo assim.

_ Não quero _ fiz bico.

Riu divertido _ Queria tanto fazer a sua vontade! _ derreteu-se ao dizer _ Mas _ deu um olhar pelo meu rosto ainda tentado a ficar, mas olhou relutante para outro lado desviando da tentação e levantou vestindo-se em câmera ultra rápida.

Fechava o armário embutido, quando o empurrei contra a porta do armário, fitando-o com desejo e com meu corpo nu,  sobre seu corpo vestido e virado pra mim. Tentou esconder seu agrado, mas um sorriso indeciso estava estampado no seu rosto, que tentava desviar os olhos da minha nudez, mas eles teimavam em voltar e desviar, o deixando mais e mais sem jeito.

_ Tá bom, eu me rendo _ sorriu finalmente, agarrando minhas pernas ao redor da sua cintura.

Me beijou ardente com as mãos me acariciando, quando me apoiou em um móvel um tanto mais alto que uma mesa. Me penetrou continuando com o amasso gostoso. Eu o sentia tão meu... me sentia só sua. O mundo inteiro deixava de existir.

_ Me morde _ disse ao meu ouvido.

Obedeci mordendo o seu pescoço onde eu sabia que estava sua veia pulsando. Ouvi o seu gemido. A doçura do seu gosto brincando na minha língua.Vi sua vida de trás pra frente do momento em que me pediu para morde-lo até o seu nascimento o humano. Seus sentimentos e pensamentos era um bônus que quem fez parte da sua vida não teve na época. Seus pensamentos quanto a mim humana eram tão doces e puros. Um cuidado constante pra não se revelar demais... pra não pegar demais de mim... pra não me influenciar demais... pra não ser demais em minha vida, pra não se apossar de mim. Era tudo o que ele queria, sofria muito lutando com seus desejos e anseios. Porque ele me via como eu via uma criança. Indefesa, inocente, desprotegida... Eu não estava com sede _ Forte, mas doce. Perfeito eu diria _ sussurrei ao seu ouvido quando soltei sua veia cicatrizada assim que meus dentes se afastaram.

Sorriu do que falei da sua essência, como se classificasse como bebida, mas tinha a clara consciência de que eu falava do seu ser. Me beijou com intensidade, desejo e saudade.

Senti-me perdendo o controle e entrando numa onda de prazer constante que me levava. O prazer do meu jovem e belo amante se misturava com o meu próprio em minha mente como se nos tornássemos de fato um. Desta vez foi longo sem pretensão de ser. Foi prazeroso, livre de ansiedade ou expectativas. Foi realmente só prazer com amor. Foi feito com tudo o que tínhamos. Como se fosse a ultima vez.

Não perdi a noção do tempo, mas não era como se eu quisesse parar. Foram horas. E mudamos de lugar sem nos soltar estávamos sobre o tapete da sala quando demos uma pausa, porquê o desejo não tinha fim.

Lui sumiu por uns minutos e me entregou um vestido, que eu vesti rápido, como era comum para os vampiros.

Sapatos postos. Estávamos prontos para voltar para a civilização. Havia um hotel perto em outra ilha não muito longe.

Era hora de aprender a caçar... sem sede.

Numa Noite Sombria Where stories live. Discover now