Baile de máscaras

20 2 0
                                    

_ Porém o amor, do Uriel e do Will, é igual ao meu por ti e ao seu por mim, Helena. Pense em como seria pra você não ter meus beijos, meu toque, minha presença.

_ Já penso nisso, Lui. O suficiente para despertar uma vampira sanguinária para lidar com isso no meu lugar _ suspirei aflita.

_ Para de pensar. Me diz como se sente com relação à eles?

_ Quero ser amada pelo Will, de fato, sinto que já o amo, só por saber o quanto que ele me ama, mas...

_ Mas se tiver que escolher, preferirás à mim. Eu sei. Não quero que você escolha. Não vou à lugar nenhum, meu amor. Nem vou ficar infeliz por que você é amada por eles. Sabia disso no momento em que te vi. Te monopolizei o quanto pude, enquanto você era humana. Deixei o Will louco por causa do meu egoísmo. Mas foi insegurança, por sentir medo de estar de novo em segundo plano em sua vida, como eles estão agora.

_ Está me dizendo para aceitar eles. Mesmo não podendo voltar atrás, nunca, durante o tempo em que eu viver?

_ Sim _ buscou o meu olhar _ Eles te amam. Entende que isso significa que eles te querem bem? Por que você tem tanto medo do amor?

_ Eu não...

_ Você sim. Lembra do tempo que levou pra me dizer eu te amo? E ainda assim, eu tive que obriga-la. Lembra de quantos dias de sedução intensa, me custou o primeiro “sim, eu te amo”, que só foi-me dito depois de eu exigir? _ sorriu.

_ Eu só não gosto de compromissos, e de pessoas me cobrando coisas. E existem situações com as quais não sei lidar, e a maioria envolve relacionamentos.

_ Eu sei, Helena. Você é fácil de decifrar.  Tudo que eu quero que você saiba, é que eu não me oponho, está bem? Dá uma chance pra eles. Se rolar um clima aproveita. Ninguém está te julgando.

Corei pelo incentivo constrangedor ter vindo do meu marido.

_ Mas você não gosta muito do Uriel.

_ O Uriel _ suspirou alto entrando num assunto difícil _ Ele tem um jeito diferente de lidar com as coisas. Van Helsing matando a Eve, por exemplo. Se eu soubesse que ele faria isso...? _ hesitou.

_ Você a manteria viva, mesmo ela sendo uma viciada?

_ Sim. Sei como isso soa. Parece que eu não tenho escrúpulos ou senso moral. Que sou tão assassino quanto ela. Mas é bom que fique bem claro, Helena. Pra que você não tenha dúvida nenhuma sobre mim. Meus valores são exatamente isso, meus valores.

_ Isso parece tão errado.

_ Eu te avisei que eu era mal, lembra-se? 

_ Não acredito em você mal.

Seu sorriso foi radiante. Parecia feliz por minha opinião não mudar.

_ Vamos dar uma volta _ me convidou.

Levantou-se vestindo sua roupa, no que eu o imitei. Nos vestimos ao mesmo tempo. Foi tristemente divertido, porque eu só tinha uma peça mais os sapatos. Enquanto Lui vestia calça jeans apertada e rasgada, camiseta preta com gola em V, botina, jaqueta de couro.

Era uma mansão espaçosa, com cômodos muito grandes. Encontramos uma biblioteca, onde eu entrei seguida pelo Lui. Era imensa, com rampas para acessar os vários andares de estantes que subiam muitos andares. Tantos livros!

Escolhi dois livros e Lui um outro. Saímos para o jardim gramado com árvores. Lui sentou encostado á uma árvore, e me fez sentar encostada à ele. O tempo estava nublado e frio, com ventos congelantes. O frio não nos incomodava.

Numa Noite Sombria Where stories live. Discover now