Ninfas, praia e um Gostoso pra Dedéu!

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Árvores e pedras. Era tudo o que eu conseguia ver, além de Leo na minha frente, me puxando mais e mais para o interior da floresta. As grandes e majestosas árvores, que me impediam de ver o céu, deixavam pequenos raios de luz do sol entrarem, tornando a floresta bastante iluminada e as plantas ainda mais verdes. A floresta era bastante densa, composta principalmente por pinheiros, e a distância entre eles era tão pequena que só era possível passar uma pessoa por vez entre os troncos. A grama entrava em minha calça e fazia cócegas em minhas pernas enquanto Leo seguia despreocupado por entre as plantas. Até que passamos por um lugar aberto, uma clareira, onde as árvores formavam uma espécie de círculo amplo e perfeitamente delimitado e uma pedra com metade da minha altura estava encrustada no centro. Continuei seguindo Leo, mas, quando cortamos caminho pelo centro da clareira, eu parei estagnada pela bela vista e fiquei encostada na rocha olhando tudo ao redor maravilhada, sem perceber que Leo continuou seu caminho sem mim. Um vento frio soprou, desarrumando um pouco meu cabelo, e eu fechei os olhos sentindo o aroma doce de pinheiro invadindo o meu corpo, me fazendo esquecer meu passado e tudo de ruim que eu vivi, todos os meus problemas, que não eram poucos. Eu poderia passar a eternidade ali, sem nem ao menos ver o tempo passar, apenas sentindo aquele perfume formidável. Quando abri os olhos novamente as árvores estavam vindo em minha direção.

ESPERA!! PORQUE AS ÁRVORES ESTAVAM ANDANDO?

Já estava me levantando rapidamente quando percebi que as tais árvores estavam mudando de forma. Os troncos estavam se transformando em corpos de jovens e as folhas viraram belos cabelos verdes. E quando me dei conta tinham cinco belas moças olhando para mim com curiosidade. Todas estavam flutuando e possuíam uma aura verde em torno do corpo. Ficamos em silêncio, apenas nos observando, até que uma voz muito conhecida por mim invadiu o espaço, gritando desesperada:

- Eduardaaa!!! Ai meus deuses, eu perdi a garota! – O desespero de Leo era óbvio e ele parecia se aproximar cada vez mais de onde eu estava enquanto discutia consigo mesmo – Valdez é sempre assim. Ou você espanta as garotas ou perde elas!

Ri da última parte sem conseguir me conter e as jovens também imitaram meu gesto. Até que Leo apareceu, de repente, pelo mesmo caminho por onde tinha seguido, fazendo as jovens se assustarem com seus berros e voltarem para as suas formas de árvores e seus respectivos lugares ao redor da clareira. Tentei chama-las de volta, mas não adiantou.

- Finalmente te achei. – Leo surgiu ao meu lado com uma carranca de repreensão, mas logo mostrou o quanto estava ofegante – Você é louca? Te procurei por todo canto e você aí, relaxando e batendo papo com as ninfas. Nunca. Mais. Faça. Isso!

- Sim, papai! – Falei com uma cara de cachorro sem dono. Mas não me aguentei e ri da cara de raiva de Leo – Mas eu estou bem. Sã e salva. Então relaxa.

- E se você não estivesse bem? – falou ele exaltado. Ou melhor gritou. Se fosse qualquer outro gritando comigo eu já teria respondido umas mil vezes mais alto, mas eu entendia Leo. Ele poderia até estar gritando e me tratando como criança, mas me comovi pela preocupação que ele demonstrava ter comigo. Olhava para ele com admiração enquanto ele continuava gritando aos quatros ventos – E se estivesse perdida? E se estivesse machucada? Você sabe o que Quíron ia fazer comigo se algo acontecesse com você? Nem o fogo do Mundo Inferior seria tão quente quanto a raiva dele! E se....

- Mas eu estou super hiper mega bem! – Interrompi-o antes que ele explodisse de tanta raiva e preocupação. Acho que nem respirando estava de tão rápido que ele falava. Sério, ele já tava mais vermelho que pimentão! Coloquei as mãos em seus ombros e vi seu corpo relaxar – Desculpe por te deixar preocupado. Prometo que serei sua sombra de agora em diante. Mas não precisava se estressar tanto, eu já sou bem grandinha, sei me cuidar sozinha.

Realidade ImagináriaWhere stories live. Discover now